Brasil teve deflação de 0,11% em agosto, a primeira em um ano, diz IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil,  do mês de agosto foi de -0,11%, 0,37 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,26% de julho. No ano, o IPCA acumula alta de 3,15% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,13%, abaixo dos 5,23% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2024, a variação havia sido de -0,02%.

 

Período Taxa
Agosto de 2025 -0,11%
Julho de 2025 0,26%
Agosto de 2024 -0,02%
Acumulado no ano 3,15%
Acumulado nos últimos 12 meses 5,13%

 

Em agosto, cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados vieram com variação negativa, destacando-se os três de maior peso no índice: Habitação (-0,90%), Alimentação e bebidas (-0,46%) e Transportes (-0,27%). No lado das altas, as variações ficaram entre o 0,75% de Educação e o 0,40% de Despesas pessoais.

 

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Julho Agosto Julho Agosto
Índice Geral 0,26 -0,11 0,26 -0,11
Alimentação e bebidas -0,27 -0,46 -0,06 -0,10
Habitação 0,91 -0,90 0,14 -0,14
Artigos de residência 0,09 -0,09 0,00 0,00
Vestuário -0,54 0,72 -0,03 0,03
Transportes 0,35 -0,27 0,07 -0,06
Saúde e cuidados pessoais 0,45 0,54 0,06 0,07
Despesas pessoais 0,76 0,40 0,08 0,04
Educação 0,02 0,75 0,00 0,05
Comunicação -0,09 -0,09 0,00 0,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

 

O grupo Alimentação e bebidas (-0,46%), de maior peso no índice, apresentou queda na média de preços pelo terceiro mês consecutivo (-0,18% em junho e -0,27 em julho). A queda de agosto foi influenciada pela alimentação no domicílio, que caiu 0,83%, após a redução de 0,69% em julho, com destaque para as quedas do tomate (-13,39%), da batata-inglesa (-8,59%), da cebola (-8,69%), do arroz (-2,61%) e do café moído (-2,17%).

 

A queda registrada no grupo Habitação (-0,90%), menor resultado para um mês de agosto desde o Plano Real, veio da contribuição de -0,17 p.p. da energia elétrica residencial, que recuou 4,21% no mês, em decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto. Ressalta-se que, em agosto, estava em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos.