Cesta básica no Vale do Ivaí recua 0,68% em agosto

Em agosto, o custo do conjunto de alimentos essenciais no Vale do Ivaí, denominado de Cesta Básica, recuou 0,68%% em relação a julho, fechando em R$ 643,24.  Em relação ao mesmo período do ano passado houve um recuo de 2,29%, quando o custo da cesta estava em R$ 658,30. No ano a cesta básica teve um recuo de 11,65%.  Essa pesquisa foi realizada pela equipe econômica da Rádio Jandaia, , tendo Jéssica Corrêa como pesquisadora responsável, sob a  coordenação e supervisão da chefia do Departamento.

 

Não se deve confundir cesta básica com inflação. A primeira, é composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, e que foram definidos pelo Decreto 399 de 30 de abril de 1938, que continua em vigor. Já a inflação é muito mais abrangente, pois inclui todas as despesas com produtos e serviços que uma família consome durante um mês, incluindo os gastos com alimentação e bebidas, habitação, educação, vestuário, despesas pessoais, saúde e cuidados pessoais, transportes, comunicações e artigos de residência.

 

Dos 13 produtos pesquisados em agosto e que compõe a cesta básica, cinco tiveram alta em seus preços, outros cinco baixa e 03 não sofreram alterações. Tiveram alta em seus preços o tomate (+) 33,2%, seguido da banana nanica (+) 11,9%, do arroz agulhinha (+) 6,4%, das farinha de trigo (+) 3,4% e do pão francês (+) 2,5%. Tiveram reduções de preços a batatinha (-) 26,0%, seguido do feijão carioca (-) 21, 0%, do leite (-) 8,0%, da manteiga (-) 7,1% e da carne bovina (-) 5,0%.  Não sofreram alterações em seus preços o leite, o café em pó, o açúcar refinado e o óleo de soja.

 

Para comparação, a mesma pesquisa foi efetuada em Londrina (PR) e o custo da cesta básica ficou em R$ 530,41, sendo 17,5% mais baixo que no Vale do Ivaí.

 

A carne é o produto com maior peso na cesta básica, sendo o coxão mole o corte usado como referência na pesquisa. Em agosto, esse item representou 38.57 % do valor final no Vale do Ivaí sendo seu custo médio foi de R$ 37,59 o quilo Já em Londrina o preço médio dessa carne foi de R$ 31,50 o quilo.

 

 Horas de trabalho para adquirir a Cesta Básica no Vale do Ivaí

Conhecido o valor da cesta, é possível efetuar o cálculo das horas que o trabalhador, que ganha salário mínimo, precisa trabalhar para a sua aquisição. Para isso, divide-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada na Constituição (220 hs/mês, desde outubro de 1 988).

 

Assim, o trabalhador do Vale do Ivaí que ganhou um salário mínimo (R$ 1.320,00), precisou trabalhar 107,21 horas por mês apenas para adquirir os produtos da cesta básica, consumindo o equivalente a 52,68% de sua renda líquida.

 

Salário Mínimo Necessário

A constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, define o salário mínimo como aquele fixado em lei, capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,… (Constituição Federativa do Brasil, art. 7″ – IV).

 

Para calcular o salário mínimo necessário, considerando o preceito constitucional, e levando-se em conta a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada pelo Dieese, a alimentação representa 35,71% das despesas das famílias. A família considerada para o cálculo é composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem como 1 adulto.

 

Aplicando-se essa metodologia com base no custo da cesta básica no Vale do Ivaí (R$ 643,24, o valor do salário mínimo necessário para que um trabalhador pudesse sustentar sua família deveria ser de R$ 5.403,86, muito distante da realidade e uma utopia para os dias atuais.  O valor é 4,1 vezes o salário em vigor. Essa mesma família gastaria R$ 1.929,72 somente com as despesas com alimentação.