O superávit comercial do Brasil com a China atingiu US$ 19,1 bilhões no acumulado de janeiro a maio deste ano. O valor equivale a 70,4% do saldo do país no período, destaca o boletim do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
O boletim destaca que os preços comandam o dinamismo das exportações brasileiras para China. A participação do país asiático nas exportações brasileiras passou de 32,5% para 34% entre janeiro-maio de 2020 e 2021. Entre esses dois períodos, a variação no volume exportado foi de 1,4% e a dos preços, 32,3%.
Para o mercado americano, houve equilíbrio maior entre preços e quantidade. Na mesma comparação, o volume embarcado aos Estados Unidos aumentou 12%, enquanto os preços médios avançaram 11%.
Para a Argentina, a elevação da quantidade é destacada no boletim. Nas exportações brasileiras de janeiro a maio ao país vizinho, o volume saltou 45,1%, enquanto os preços subiram 6,5%. Para os demais países da América do Sul a dinâmica foi semelhante, com avanço de 31,8% no volume e de 5,8% em preços médios.
Na balança como um todo, os preços continuam liderando o aumento do valor das exportações e os volumes, o das importações. Na comparação entre os acumulados até maio de 2020 para este ano, as exportações aumentaram em 30,6%, com alta de 20,8% nos preços de 7,1% em volumes embarcados.
Importações
Já nas importações, o valor subiu 20,9%, com avanço de 17,4% na quantidade e de apenas 3,3% nos preços, sempre de janeiro a maio deste ano contra igual período do ano passado. A maior variação dos preços de exportações comparados com os de importações levou a um aumento de 20,4% dos termos de troca entre os meses de maio de 2020/2021, ressalta o boletim.
A análise por tipo de indústria, aponta o Icomex, mostra que, no acumulado do ano, a indústria de transformação lidera o aumento do volume exportado, com crescimento de 10,3%.
Principais produtos
Os dez principais produtos exportados foram açúcar e melaços, farelos de soja, carne bovina, combustíveis, celulose, carne de aves, semi-acabados de ferro ou aço, ouro não monetário, ferro gusa e veículos de passageiro.
O boletim destaca que, exceto os automóveis, todos os outros podem ser classificados como commodities. Na agropecuária, a soja explicou 89% das exportações do setor em maio e 78% no acumulado de janeiro a maio. Café e algodão foram os principais produtos após a soja.