Confiança empresarial cai em dezembro e reforça cenário de desaceleração da economia

confiança empresarial 02_07_20O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 1,8 ponto em dezembro, para 95,2 pontos, informou nesta quinta-feira (30) a Fundação Getulio Vargas. Trata-se do menor nível desde maio.

 

Na média do quarto trimestre, o índice recuou 3,9 pontos em relação ao trimestre anterior, após dois trimestres em alta.

 

“A queda em dezembro da confiança empresarial confirma o cenário de desaceleração no último trimestre do ano. O resultado negativo desse mês foi disseminado entre os setores e também ocorreu tanto na percepção sobre o momento atual quanto nas expectativas”, destacou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.

 

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

 

Pelo segundo mês consecutivo, a queda da confiança empresarial foi influenciada por uma piora não apenas na avaliação sobre a situação atual quanto das expectativas.

 

“A virada para o próximo ano se mostra mais desafiadora principalmente pelo ambiente macroeconômico mais frágil. Os efeitos negativos da pandemia estão, por ora, saindo do radar, mas a inflação elevada, o ciclo de alta de juros e a recuperação gradual do mercado de trabalho passam a ser os maiores obstáculos do momento e para os próximos meses”, acrescentou Tobler.

 

No início do ano, os economistas previam um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país de 2,5% para 2022, mas, agora espera-se um crescimento de menos de 0,5%, com diversos analistas prevendo até mesmo estagnação ou recessão da economia.

 

Difusão da Confiança

Com a maior queda entre os setores, a confiança do comércio continua se distanciando, agora em 14,1 pontos, do nível de neutralidade (100 pontos). Apenas a confiança da Construção registrou alta em dezembro.

 

A confiança empresarial subiu em 45% dos 49 segmentos pesquisados em dezembro, uma alta da disseminação frente aos 22% do mês passado. O destaque positivo do mês foi o setor de construção, cuja confiança subiu em mais de 60% dos segmentos, enquanto o destaque negativo foi o comércio, que registrou alta em apenas um segmento.