O Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter na próxima quarta-feira (17) a taxa básica de juros (Selic) estacionada em 15% ao ano e suavizar o tom do seu discurso depois de uma evolução favorável do cenário econômico nas últimas semanas.
No encontro anterior, em julho, o colegiado do Banco Central interrompeu a sequência de altas de juros com a Selic no maior nível desde 2006 e adotou uma linguagem cautelosa ao falar dos próximos passos, prevendo uma “continuação na interrupção do ciclo” em setembro.
A expectativa dos economistas ouvidos pela Folha é que, dessa vez, o Copom demonstre mais convicção de que a estratégia de manter os juros estáveis no atual patamar por “período bastante prolongado” será suficiente para levar a inflação de volta à meta.
Segundo projeção do próprio comitê, o índice só voltará a ficar abaixo do teto da meta a partir do fim do primeiro trimestre de 2026.
O objetivo central perseguido pelo Banco Central é 3%. No modelo de meta contínua, o alvo é considerado descumprido quando a inflação acumulada permanece por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto).
Em junho, houve o primeiro estouro do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desde que o novo formato entrou em vigor, em janeiro deste ano.