Os depósitos nas cadernetas de poupança superaram os saques em R$ 6,377 bilhões em julho deste ano, informou o Banco Central.
De acordo com a instituição, os depósitos na modalidade de investimentos somaram R$ 298,273 bilhões no mês passado. Já as retiradas de recursos totalizaram R$ 291,895 bilhões no período.
Esse foi o quarto mês seguido com ingresso líquido de recursos, segundo a série histórica do BC. Em junho, R$ 7,088 bilhões haviam ingressado na poupança.
Os dados oficiais mostram que a entrada de recursos na poupança coincide com o pagamento do auxílio emergencial para a população de baixa renda, relacionado à pandemia da Covid. Os valores são depositados em contas-poupança.
Entre janeiro e março, quando o auxílio foi interrompido, houve retirada líquida de recursos da modalidade. Quando os valores voltaram a ser depositados, em abril, o saldo agregado das poupanças voltou a ser positivo. O governo prevê o pagamento do benefício até outubro.
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Parcial do ano
De janeiro a julho deste ano, porém, ainda foi registrada saída líquida de recursos por conta da retirada de valores nos primeiros meses de 2021. No período, os saques superaram as retiradas em R$ 10,161 bilhões, informou o BC.
Essa foi maior retirada de recursos, para esse período, desde 2019, quando houve a saída de R$ 16,104 bilhões da modalidade. A série histórica do Banco Central começa em 1995.
Volume total
Com a entrada de recursos da poupança no mês passado, o estoque dos valores depositados – ou seja, o volume total aplicado nessa modalidade – registrou aumento no período.
Em dezembro do ano passado, o saldo da poupança estava em R$ 1,035 trilhão, passando para R$ 1,030 trilhão em junho deste ano e para R$ 1,038 trilhão em julho.
Além dos depósitos e dos saques, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança. Em julho deste ano, os rendimentos somaram R$ 2,477 bilhões.
Rendimento da poupança
Com a taxa Selic nos 5,25% anuais, a remuneração da poupança está hoje em 3,68% ao ano, mais Taxa Referencial, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).
Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic + Taxa Referencial, calculada pelo BC.
Mesmo rendendo um pouco mais, por conta da alta do juro básico da economia nesta semana, a poupança vem perdendo para a inflação há quase um ano.
Segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica, já são ao menos 10 meses seguidos que a modalidade amarga uma queda no poder de compra. Em junho, o retorno em 12 meses, descontada a inflação medida pelo IPCA, foi de -6,26%.
Entre as opções para os investidores, está o Tesouro Direto, programa que permite a pessoas físicas comprar títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos.
Outra alternativa para os investidores conseguirem uma remuneração mais alta é a renda variável, ou seja, a bolsa de valores. Nesse caso, porém, o risco assumido é maior, pois pode haver perda de recursos. Ouro, prata e outras moedas também têm atraído a atenção de investidores.
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