A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, afirmou nesta segunda-feira, 14, que o País está vivenciando um processo de desinflação, que é lento, mas que o BC espera que leve a uma convergência para a meta de inflação de 3% no início de 2025. As projeções de inflação oficiais do BC são de 3,4% em 2024 e 3,0% em 2025.
“A economia está apresentando uma desinflação, uma desinflação lenta, que a gente espera que traga para convergência para a nossa meta de inflação de 3% lá no início de 2025”, disse ela, na live semanal da autoridade monetária, cujo tema hoje é “O mundo visto pelo BC: economia internacional”.
A diretora ainda repetiu o discurso do presidente do órgão, Roberto Campos Neto, que o processo de desinflação observado no Brasil hoje está muito ligado ao esforço do BC desde 2021 para controlar a inflação e que a economia brasileira está “indo bem”.
Ela citou que a projeção do BC para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 2%, similar à expectativa para a economia dos Estados Unidos e melhor do que as previsões para a Europa, para alguns pares emergentes e da América Latina. “Vai ser o terceiro ano consecutivo de revisões para cima das estimativas de PIB. A economia tem tido um resultado bastante bom nos últimos 3 anos”, disse, citando ainda a melhora do mercado de trabalho – fenômeno que também ocorre no resto do mundo.
Fernanda Guardado ainda considerou que a parte das pressões inflacionárias estão se suavizando no mundo com o processo global de aperto monetário.
O Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou o afrouxamento da taxa Selic neste mês, com um corte de 0,50 ponto porcentual, de 13,75% para 13,25% ao ano, o que surpreendeu parte do mercado, que esperava uma queda mais “parcimoniosa” de 0,25pp.
No comunicado, o Copom disse que a decisão era compatível com a convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em menor peso, de 2025. Guardado votou por uma redução de 0,25 pp.