Dia do Professor: entenda como 1ª deputada negra do Brasil criou Dia do Professor em SC 15 anos antes da data nacional

O Dia do Professor ocorre em referência a D. Pedro I, que em 15 de outubro de 1827 publicou uma lei para desenvolvimento da educação no Brasil, como a instalação de escolas em todas as cidades.

 

A iniciativa inspirou outras comemorações do tipo e se popularizou. A data foi oficializada e declarada feriado escolar pelo Decreto Federal nº 52.682 de 1963.

 

Antonieta de Barros, primeira deputada negra do Brasil, foi a autora do projeto de lei que instituiu o Dia do Professor em Santa Catarina, celebrado em 15 de outubro. A proposta foi sancionada pelo então governador José Boabaid em 1948, 15 anos antes de a data ser reconhecida em todo o Brasil.

 

Comemorada nesta quarta-feira (15), a lei federal foi assinada pelo presidente da República João Goulart em 1963 e faz referência ao dia em que foi sancionada a lei que cria as escolas de ensino elementar no Brasil, em 1827, e previa as condições de trabalho dos professores.

 

Professora, jornalista e heroína da pátria, Antonieta destacou o papel dos educadores.

 

Antonieta nasceu em 1901 na antiga Desterro, hoje Florianópolis, e foi eleita deputada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 1934.

 

Educação de qualidade

Antonieta foi chamada de “revolucionária” pela pesquisadora e professora Jeruse Romão. Também natural de Florianópolis, a educadora é encantada pela história da deputada e escreveu um livro sobre a trajetória da parlamentar em 2023.

 

Professora de português e psicologia, Antonieta fundou a própria escola, onde deu aula para adultos e moradores carentes da região. Uma das escolas por onde circulou enquanto dava aulas na Capital carrega seu nome.

 

Antonieta também é reconhecida por ser defensora das mulheres e por ter lutado por uma educação de qualidade para todos e pelo reconhecimento da cultura negra, em especial no Sul do país.

 

“Ela é um ícone. Se ela tivesse nascido fora do Brasil, seria um ícone mundial, mas como nasceu no Brasil que é um país racista, é preciso lutar muito para que ela seja vista como representação na política para todos e não só pessoas negras”, contou Jeruse em entrevista ao g1 em 2021.

 

“Se um dia me perguntarem o que eu fiz de importante para o meu pais, direi…..dei aulas”