‘Dinheiro esquecido’: BC alerta para aumento de golpes; volta das consultas segue indefinida

dinheiro esquecido 12_01_23O Banco Central emitiu um alerta após aumento no número de consultas sobre falsas mensagens relativas ao Sistema de Valores a Receber (SVR), ferramenta que mostra dinheiro “esquecido” em instituições financeiras.

 

O SVR ainda tem R$ 4,6 bilhões esquecidos em instituições financeiras para serem devolvidos, segundo o BC — R$ 3,6 bilhões referentes a mais de 32 milhões de pessoas físicas e R$ 1 bilhão destinados a mais de 2 milhões de empresas.

 

A consulta aos valores esquecidos está suspensa desde abril do ano passado, sem previsão de reabertura, assim como os saques. Quando o sistema voltar a funcionar, será permitido o saque dos recursos também pelos herdeiros e representantes legais dos falecidos.

 

Por enquanto, o BC anunciou que voltará a receber novos dados das instituições financeiras neste mês.

 

Segundo o BC, os serviços de atendimento ao cidadão têm recebido volume quatro vezes maior que a média de consultas sobre informações inverídicas. Grande parte das falsas mensagens passaram a circular na internet nos últimos dias, segundo informações da Agência Brasil.

 

Dicas para não cair em golpes

A primeira dica para não cair em golpes se refere a mensagens recebidas pelo WhatsApp para resgatar os valores esquecidos via PIX. Nesse caso, o BC orienta a ignorar as mensagens e, principalmente, não clicar em links.

 

Esses links, informa a instituição, roubam senhas em redes sociais e podem instalar vírus e programas espiões no celular.

 

Informações oficiais sobre valores a receber e sobre a consulta ao sistema são divulgadas apenas no site do Banco Central e nas redes oficiais da instituição, e não por meio de aplicativos de mensagens ou SMS.

 

Confira, abaixo, dicas para não cair em golpes:

  • O Banco Central não envia links e não entra em contato com os clientes para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
  • Ninguém está autorizado a entrar em contato com os clientes em nome do Banco Central ou do Sistema Valores a Receber.
  • Nunca clique em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram.
  • Não faça qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores.
  • O único site para saber informações sobre valores a receber é https://valoresareceber.bcb.gov.br/

 

Novidades

Entre as novidades da segunda fase de consultas ao dinheiro esquecido, ainda sem data para começar, estarão disponíveis as informações referentes a:

 

  • contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
  • contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível; e
  • outras situações que ensejam valores a devolver reconhecidas pelas instituições.

 

Segundo o Banco Central, os dados recebidos das instituições financeiras serão fornecidos aos correntistas assim que o SVR for reaberto. E informou ainda que trabalha em melhorias no sistema, como a inclusão de novos tipos de valores e o saque por herdeiros e representantes legais de falecidos.

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Assim que o sistema for reaberto, herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais da pessoa falecida poderão consultar a existência de valores esquecidos e receber instruções para o resgate do dinheiro.

 

Outra novidade será a adoção de uma fila de espera virtual para acessar o SVR. A ferramenta substituirá a lógica de acesso programado (com dia e hora definidos) que vigorou na primeira fase do sistema.

 

Maior parte tem valor de até R$ 10

Atualmente, os valores esquecidos no sistema financeiro estão distribuídos nas seguintes faixas:

 

  • 23,58 milhões de correntistas (68%): até R$ 10
  • 7,94 milhões (23%): entre R$ 10,01 e R$ 100
  • 2,86 milhões (8%): de R$ 100,01 e R$ 1 mil
  • 476,5 mil (1%): acima de R$ 1 mil

 

A devolução de valores esquecidos ocorreu de fevereiro a abril do ano passado – foram devolvidos R$ 2,36 bilhões a 7,2 milhões de pessoas físicas e 300 mil pessoas jurídicas, segundo a Agência Brasil.

 

Desse total, R$ 321 milhões foram devolvidos via PIX a 3,7 milhões de beneficiários que clicaram diretamente no sistema para pedir os valores. O restante foi devolvido por meio de contato do beneficiário com a instituição (telefone, e-mail, ida à agência ou outros canais de atendimento).

 

Se o correntista perdeu a chance de resgatar o dinheiro, o Banco Central garante que não há motivo para se preocupar. Os valores a receber continuarão guardados pelas instituições financeiras esperando o pedido de devolução quando as consultas ao SVR forem retomadas.

 

Inicialmente, estava prevista uma segunda fase de consultas e saques no SVR para maio do ano passado — que incluiria mais fontes de recursos esquecidos, como cobranças indevidas de tarifas ou obrigações de crédito não previstas em termo de compromisso, contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas e contas encerradas em corretoras e distribuidoras.

 

No entanto, o processo foi interrompido por causa da greve dos servidores do BC, que durou três meses e paralisou o desenvolvimento de projetos dentro do órgão.