Os gastos de brasileiros no exterior continuaram se recuperando e atingiram, em fevereiro deste ano, o valor de US$ 804 milhões, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (27).
No 1º bimestre os gastos somaram US$ 1,4 bilhão no 1º bimestre de 2022. Subiu 173% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Em 2021, os brasileiros a gastaram, no total, US$ 5,249 bilhões, menor valor em 16 anos.
Trata-se do maior patamar desde fevereiro de 2020, quando somaram US$ 881 milhões, ou seja, antes da decretação da pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março daquele ano.
No meses seguintes, o dólar disparou, em razão do aumento de mortes e redução do comércio mundial, e os voos foram suspensos. As fronteiras internacionais começaram a ser reabertas mais para o fim de 2021, como no caso dos Estados Unidos.
“A recuperação decorre da maior normalização do turismo durante a pandemia. Restrições e proibições praticamente foram todas reduzidas e as pessoas tem ganhado mais confiança de retomar as viagens internacionais”, afirmou Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC.
Apesar da recuperação, os gastos de brasileiros no exterior ainda não atingiram um patamar mais expressivo, acima da marca de US$ 1 bilhão, que tradicionalmente era visto antes da pandemia da Covid.
Segundo Rocha, do BC, o país ainda está “longe” de retomar os patamares de normalidade com os números que essa conta trazia nos períodos pré-pandemia. Ele lembrou que, em fevereiro dos anos anteriores, entre 2017 e 2019, o patamar de gastos oscilou entre US$ 1,3 bilhão e US$ 1,4 bilhão por mês.
Gastos de estrangeiros no Brasil
Também em retomada, o turismo de estrangeiros para o Brasil ainda não alcançou os patamares pré-pandemia. Em fevereiro, os gastos de moradores do exterior com viagens para o Brasil somaram US$ 360 milhões, com avanço de 70,6%. No bimestre, os gastos de subiram de US$ 480 milhões para US$ 781 milhões no período.
Nível de atividade e dólar
Além da pandemia, as despesas de brasileiros lá fora também são influenciadas por outros fatores, como o nível de atividade e o preço do dólar, usado nas transações internacionais. Isso porque as passagens e as despesas com hotéis, por exemplo, são cotadas em moeda estrangeira.
Quando o Produto Interno Bruto (PIB) não tem bom desempenho, há menos renda para viagens, quer seja no Brasil ou fora do país. Após crescer 4,6% no ano passado, a expectativa do mercado financeiro é uma expansão bem menor, de 0,65%, em 2022.
O aumento de gastos no exterior aconteceu em um momento de melhora na cotação do dólar. Após dar uma trégua nos últimos meses, o dólar voltou a subir mais recentemente, quando chegou perto de R$ 5. Nos últimos dias, operou em queda, fechando esta quinta-feira (28) em R$ 4,94.