Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 618 milhões em novembro, informou nesta quarta-feira (22) o Banco Central.
Na comparação com novembro de 2020, quando as despesas ficaram em US$ 329 milhões, o aumento registrado foi de 88%.
Esse também foi o maior resultado mensal desde fevereiro de 2020 (US$ 881 milhões), ou seja, desde o início da pandemia.
Apesar do aumento, as despesas no exterior ainda não retomaram um patamar mais forte, registrado antes do aparecimento da Covid-19, acima de US$ 1 bilhão por mês.
A elevação de gastos no exterior aconteceu antes do aparecimento da variante ômicron, que voltou a fechar fronteiras para viagens internacionais em dezembro.
Renato Baldini, chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, avaliou que a nova variante ômicrom, da Covid-19, causa incerteza e indefinição no cenário esperado para viagens ao exterior nos próximos meses.
“A se confirmar o que essa variante se mostra, podemos prosseguir na recuperação das despesas ou continuar caminhando lentamente. Esperamos que não seja grave”, declarou.
No acumulado deste ano, segundo números oficiais, as despesas de brasileiros no exterior somaram US$ 4,466 bilhões, queda de 11% frente ao mesmo período de 2020 (US$ 5,024 bilhões).
Nível de atividade e dólar
A expectativa do mercado financeiro é de alta de quase 5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, após um tombo de 4,1% no ano passado.
A retomada de viagens também acontece em um cenário de alta do dólar, o que torna os destinos no exterior mais caros. Isso porque as passagens e as despesas com hotéis, por exemplo, são cotadas em moeda estrangeira.
Nesta terça-feira, a moeda norte-americana avançou 1%, cotada a R$ 5,7410. No ano, registrou valorização de 10,63% contra o real. Veja mais cotações
Os turistas estrangeiros, por sua vez, gastaram US$ 320,3 milhões no Brasil em novembro, 54,5 milhões a mais que em outubro e US$ 134,9 milhões acima do mesmo mês de 2020.