Governo avalia retorno do horário de verão por causa da seca

O Ministério de Minas e Energia estuda a volta do horário de verão como uma medida para reduzir os impactos da atual crise hídrica sobre o setor elétrico.

 

A ideia ainda é analisada pela pasta, mas a avaliação é que depende de uma decisão política do governo.

 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou a informação em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (11).

 

Segundo Silveira, o horário de verão ajuda a impulsionar a economia, além de ajudar o sistema em um “momento realmente crítico” na geração causado pela seca, junto ao forte calor e ao forte consumo de energia no horário de pico.

 

Neste período, fontes como a solar e a eólica têm queda na produção, enquanto a demanda aumenta em razão do fim do expediente comercial, da chegada das pessoas em casa e do início da noite, com menos luz natural, argumentou.

 

Com o horário de verão, o período do dia coberto com luz natural aumenta, o que pode reduzir esta demanda.

 

“Se a gente puder diluir isso no horário de verão, talvez seja um ganho que vá dar a robustez ao sistema”, afirmou.

 

O horário de verão foi extinto em abril de 2019, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

Por que o horário de verão pode voltar?

Além do aumento de consumo em horários de pico, o ministro afirma que, no início da noite, quando também há um forte consumo, o sistema perde geração intermitente (eólica e solar). Isso obriga a gerar mais energia com termelétricas ou acionar mais hidrelétricas.

 

— A solar não está mais produzindo, no início da noite normalmente a eólica produz menos, então nós precisamos de despachar a térmica. Se a gente puder diluir isso no horário de verão, talvez seja um ganho que vá dar a robustez, inclusive ao sistema — disse Silveira.

 

 

O retorno da medida chegou a ser especulado também durante a forte seca de 2023, mas na época foi descartada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Então, técnicos do Ministério de Minas e Energia avaliaram que o nível dos reservatórios hídricos brasileiros estavam altos, mesmo diante da seca, e por isso a medida não seria necessária.

 

Neste ano, integrantes do governo também afirmam, sob reserva, que a situação dos reservatórios ainda não é tão grave quanto em crises históricas, como a de 2021.

 

Alegam que as medidas tomadas ao longo de 2024, como de retenção de água nos reservatórios, fez com que hoje o nível da água seja mais que o dobro do registrado durante a crise daquele ano.

 

Em 2024, o Brasil enfrenta a pior seca de sua história desde que se há registro pelo Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).