O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (3) que a inflação atingiu o seu “pior” e deve cair, até o final do ano, para o patamar de 7% em 12 meses. Para 2022, a projeção do ministro é que a inflação chegue a 4% entre janeiro e dezembro.
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“Eu imagino que o pior da inflação nós estamos atravessando agora. Daqui para frente a taxa deve começar a cair lentamente. Está agora em 8,8%, 8,9%, quase batendo os 9%. A gente espera que esse ano feche lá em torno dos 7%, já descendo”, disse em evento transmitido pela internet.
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“Chegar em torno de 4% no final do ano que vem, é o que nós estamos tentando”, complementou.
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Ao lado da atuação do Banco Central na definição dos juros, Guedes destacou que a austeridade no controle de gastos públicos por parte do governo federal ajudará a conter a alta dos preços. Porém, avaliou que a crise energética dificulta a tarefa.
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“A crise de recursos hídricos aumenta o desafio”, disse.
Na pior estiagem dos últimos 91 anos, estão sendo acionadas usinas termelétricas – mais caras e poluentes — para garantir o fornecimento da energia elétrica e preservar os reservatórios das hidrelétricas. Como o custo de geração de energia aumentou, o valor é repassado para os consumidores na conta de luz e na alta dos preços dos produtos e serviços.
Após reajustar a bandeira tarifária em junho deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou um novo patamar de taxa extra para as contas de luz de todo o país, com a entrada em vigor, nesta quarta-feira (1º), da “bandeira tarifária escassez hídrica”, que adicionou R$ 14,20 às faturas para cada 100 kW/h consumidos.
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Nesse sentido, o ministro da Economia reconheceu que um eventual aumento nos valores do Bolsa Família não significaria um ganho real de renda para famílias mais pobres. Em vez disso, o reajuste serviria apenas para repor o poder de compra que foi corroído pela inflação.
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“Temos que controlar essa inflação e temos que repor justamente o poder aquisitivo dos mais frágeis, e aí entra o Bolsa Família”, afirmou.
Peso de itens essenciais no orçamento das famílias é o maior em 16 anos
Auxílio emergencial
Por considerar que os índices de mortes decorrentes da pandemia estão diminuindo, o ministro disse que não considera estender o auxílio emergencial por meio de uma nova rodada para além de outubro.
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“Eu sinceramente não considero nova rodada, não”, afirmou.
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Apesar de avaliar que os números da Covid estão em queda, o ministro reconheceu que no início do ano a equipe econômica não contava com uma segunda onda da pandemia. Nesse sentido, afirmou que o auxílio emergencial poderia voltar caso a variante delta crie uma terceira onda.
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“Se vier variante delta, ela subir, aumentar de novo a taxa de mortalidade, a infecção estiver fazendo vítimas, aí tudo bem, vamos embora de novo para o auxílio. Mas não é o que estamos vendo no momento”, disse.
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“A primeira onda parecia que tinha ido embora e voltou”, complementou.
Após três altas seguidas, economia brasileira cai 0,1% no segundo trimestre
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Reforma do Imposto de Renda
Questionado sobre as mudanças aprovadas pela Câmara na reforma do Imposto de Renda, o ministro afirmou que os princípios mais importantes do texto original foram mantidos.
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“Nosso eixo era: mais impostos sobre os rendimentos de capital, que pagavam 0 e vão pagar modestos 15%, aliviando 32 milhões de brasileiros assalariados e 5 milhões de empresas que também vão pagar menos. Esse era o eixo da reforma e, nesse sentido, foi aprovada lá”, afirmou.
Por Jamile Racanicci, TV Globo — Brasília