O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) registrou variação de 1,83% em fevereiro e acumulou alta de 16,12% em 12 meses, informou nesta sexta-feira (25) a FGV (Fundação Getulio Vargas).
O resultado ficou alinhado com as expectativas de analistas ouvidos pela agência Bloomberg, que projetavam uma variação de 1,86% no mês, e de 16,16% no período de um ano.
Em janeiro, o índice tinha voltado a acelerar e registrou alta de 1,82% ante dezembro. Segundo o Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, o resultado de fevereiro reflete as variações de preços de grandes commodities, como a soja, o milho, e o óleo diesel.
A aplicação da variação integral do IGP-M dos contratos a ele vinculados não é obrigatória. O índice acabou se tornando um padrão dos contratos por ser divulgado alguns dias antes de o mês terminar, o que permite aos proprietários o cálculo do reajuste antes de o período seguinte começar.
A variação acumulada até fevereiro será usada na correção dos contratos com vencimento em março. Um inquilino que hoje pague R$ 2.500 de aluguel passará a pagar R$ 2.903 em abril caso o proprietário aplique o ajuste integral.
A pesquisa de locação residencial do Secovi-SP (sindicato da habitação) indica que, na média, os donos de imóveis não têm aplicado a variação do IGP-M integralmente aos contratos. Em 12 meses, a variação acumulada dos preços de aluguéis na capital paulista ficou em 0,75%.
Com a disparada do IGP-M em 2021, imobiliárias passaram a propor que os proprietários negociassem ajustem menores ou equivalentes ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é a inflação oficial.
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Um dos pontos em discussão por quem defende a substituição do IGP-M na indexação dos contratos de locação é o fato de os maiores pesos na composição do índice serem alheios às atividades imobiliárias ou de construção civil.
O IGP-M é uma cesta de índices de preços, composta pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), pelo IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) e pelo INCC (Índice Nacional de Custos da Construção).
Dos três, o maior peso vem do IPA que mede a variação de preços na produção agropecuária e no atacado Inclui commodities e bens industriais, e sofre influência do dólar. Ele responde por 60% do resultado do IGP-M.
A FGV lançou em janeiro um novo indicador com potencial de substituir o IGP-M ou de, ao menos, oferecer ao mercado um índice calculado a partir das negociações de contratos. Ele foi batizado de Ivar (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais).
O novo índice avalia dados de quatro capitais no país —São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre– e mede evolução dos preços negociados em contratos entre inquilinos e proprietários, e não os valores de anúncios de aluguéis, como em outras pesquisas.
Composição do IGP-M
- O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 2,36% em fevereiro, ante 2,30% em janeiro.
- O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, variou 0,33% em fevereiro, ante 0,42% em janeiro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação.
- O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,48% em fevereiro, ante 0,64% em janeiro.