Imposto sobre materiais escolares chega a quase 50% do valor dos produtos. Diferenças nos preços podem chegar a mais de 260%

material escolar 10_01_23A volta às aulas deve pesar no bolso dos consumidores. Segundo um levantamento feito pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com dados do Impostômetro e divulgado nesta sexta-feira (6), os impostos cobrados sobre os materiais escolares chegam a equivaler quase 50% do valor do produto em alguns casos.

 

Dentre os itens avaliados pelo levantamento, a caneta é o material no qual incide o maior imposto: 49,95%. A lista segue com calculadora (44,75%), régua (44,65%), tesoura (43,54%), agenda (43,19%), cola (42,71%), estojo (40,33%) e pastas plásticas (40,09%).

 

Segundo o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da ACSP Ulisses Ruiz de Gamboa, a alta tributação encarece não apenas os produtos, mas toda a cadeia educacional – e os pais devem pesquisar e comparar preços caso queiram minimizar os custos.

 

Diferenças podem chegar a 260%

Levantamento de preços feito pelo Procon-SP apontou diferenças que podem chegar a mais de 260% no material escolar. Veja dicas para economizar.

 

  • Analise o material do ano passado e veja o que pode ser reutilizado, como mochilas e estojos.
  • Veja se você já não tem alguns dos itens pedidos em casa.
  • Use a internet para pesquisar preços e procurar descontos.
  • Se possível, pague à vista e tente negociar descontos.
  • Busque outros pais para fazer uma compra por atacado e conseguir preços melhores.
  • Sempre peça a nota fiscal caso precise trocar algum item .
  • Se não consegue pagar todo o material de uma vez, compre o que é essencial agora, como livros paradidáticos que serão usados ao longo dos meses.
  • Cadernos, canetas e lápis de personagens costumam ser mais caros.
  • Organize trocas de material didático com outros pais da escola em que seu filho estuda

.

O que as escolas não podem pedir

  • Itens de uso coletivo como tinta para impressora e copos e talheres descartáveis.
  • O custo do material coletivo deve estar incluído na mensalidade escolar.
  • Produtos de uma marca específica.
  • Que as compras sejam feitas em lojas específicas.

 

Fale com as crianças

Vale conversar [com os filhos] sobre o que vão fazer, o que é preciso comprar e quanto podem gastar. Isso ajuda na hora de dizer ‘não’, caso o filho queira algo fora do orçamento.
Larissa Brioso, líder da área de conteúdo da Mobills, plataforma de soluções financeiras

 

A sugestão do Idec é deixar os filhos em casa na hora das compras para evitar gastos supérfluos.

 

Defeitos e devoluções

  • Se a compra for online, o consumidor tem sete dias corridos, a partir da data de entrega, para cancelar a compra e pedir o dinheiro de volta.
  • Não é necessário ter um motivo para pedir o estorno do valor gasto.
  • Se a compra for presencial, o Procon-SP diz que o consumidor tem 30 dias para reclamar sobre produtos não duráveis com algum defeito.
  • O prazo para os duráveis é de 90 dias.

 

As dicas são do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), do Procon, da Serasa e de Larissa Brioso, educadora financeira e líder da área de conteúdo da Mobills, plataforma de soluções financeiras.