O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,95% em setembro – no segundo mês seguido de taxa negativa, após recuo de 0,70% em agosto, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com o resultado, o indicador – usado para reajustar a maioria dos alugueis residenciais – passou a acumular alta de 6,61% no ano e de 8,25% em 12 meses. Em setembro de 2021, o índice havia caído 0,64% e acumulava alta de 24,86% em 12 meses.
O IGP-M é conhecido como ‘inflação do aluguel’ por servir de parâmetro para o reajuste de diversos contratos, como os de locação de imóveis. Além da variação dos preços ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários, matérias-primas, preços no atacado e dos insumos da construção civil.
“As quedas registradas nos preços de commodities e combustíveis seguem influenciando o resultado do IPA (o índice de preços ao produtor). O preço do minério de ferro caiu 4,81%, ante queda de 5,76% na última apuração. Já os preços do diesel (de -2,97% para -4,82%) e da gasolina (de -8,23% para -9,18%) recuaram ainda mais em setembro”, aponta em nota André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 1,27% no mês, ante baixa de 0,71% em agosto.
“As quedas registradas nos preços de commodities e combustíveis seguem influenciando o resultado do IPA”, disse em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a queda a 0,08% em setembro, depois de recuar 1,18% no mês anterior.
“O setor de serviços contribuiu para tal movimento, com destaque para passagem aérea (27,61%), aluguel residencial (1,42%) e plano e seguro de saúde (1,15%)”, afirmou Braz.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,10% no período, de 0,33% antes.
O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Como fica para o consumidor?
Um dos três componentes do IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou -0,08% em setembro, após queda de 1,18% em agosto.
Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (-3,07% para 4,47%), com destaque para a passagem aérea, cuja taxa passou de –17,32% em agosto para 27,61% em setembro.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Transportes (-4,84% para -2,93%), Habitação (-0,31% para 0,21%), Vestuário (0,20% para 0,57%), Comunicação (-0,83% para -0,54%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,67% para 0,72%).
Nestas classes de despesa, a FGV destaca: gasolina (-15,14% para -9,46%), tarifa de eletricidade residencial (-3,32% para -0,87%), calçados (-0,17% para 0,87%), tarifa de telefone móvel (-2,40% para -0,35%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (1,07% para 1,24%).
Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,44% para -0,34%) e Despesas Diversas (0,36% para 0,08%) registraram decréscimo em suas taxas de variação.
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