Inflação oficial de setembro fica em -0,29%

inflação queda 11_110_22O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro foi de -0,29%, terceiro mês seguido de deflação. Foi a menor variação para um mês de setembro desde o início da série histórica. No ano, o IPCA acumula alta de 4,09% e, nos últimos 12 meses, de 7,17%, abaixo dos 8,73% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2021, a variação havia sido de 1,16%.

 

Período Taxa
Setembro 2022 -0,29%
Agosto 2022 -0,36%
Setembro 2021 1,16%
Acumulado no ano 4,09%
Acumulado nos últimos 12 meses 7,17%

 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro tiveram queda em setembro. Apesar de recuar menos do que no mês anterior (-3,37%), o grupo dos Transportes (-1,98%) contribuiu novamente com o impacto negativo mais intenso sobre o IPCA do mês: -0,41 ponto percentual (p.p.). Na sequência vieram Comunicação (-2,08%) e Alimentação e bebidas (-0,51%), ambos com -0,11 p.p.

 

Além disso, o grupo Artigos de residência, que havia subido 0,42% em agosto, recuou 0,13% em setembro. No lado das altas, destacam-se os grupos Vestuário (1,77%), com a maior variação positiva do mês, e Despesas pessoais (0,95%), com a maior contribuição positiva (0,10 p.p.). Os demais grupos ficaram entre o 0,12% de Educação e o 0,60% de Habitação.

 

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Agosto Setembro Agosto Setembro
Índice Geral -0,36 -0,29 -0,36 -0,29
Alimentação e bebidas 0,24 -0,51 0,05 -0,11
Habitação 0,10 0,60 0,02 0,09
Artigos de residência 0,42 -0,13 0,02 -0,01
Vestuário 1,69 1,77 0,08 0,08
Transportes -3,37 -1,98 -0,72 -0,41
Saúde e cuidados pessoais 1,31 0,57 0,17 0,07
Despesas pessoais 0,54 0,95 0,05 0,10
Educação 0,61 0,12 0,03 0,01
Comunicação -1,10 -2,08 -0,06 -0,11
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

 

Os Transportes (-1,98%) registraram queda pelo terceiro mês consecutivo. Assim como nos meses anteriores, o resultado é consequência da redução no preço dos combustíveis (-8,50%). A gasolina (-8,33%) contribuiu com o impacto negativo mais intenso no índice de setembro (-0,42 p.p.). Os outros três combustíveis pesquisados também apresentaram queda: etanol (-12,43%), óleo diesel (-4,57%) e gás veicular (-0,23%). Cabe mencionar ainda o recuo nos preços das motocicletas (-0,08%), dos automóveis novos (-0,15%) e dos automóveis usados (-0,38%), que haviam subido no mês anterior. Nos transportes públicos, a variação negativa do subitem ônibus urbano (-0,34%) deve-se à redução dos preços das passagens aos domingos em Salvador (-4,29%), válida desde 11 de setembro.

 

Ainda em Transportes, destaca-se a alta de 8,22% nas passagens aéreas, após a queda de 12,07% em agosto. Com isso, as passagens aéreas tiveram o maior impacto individual positivo no índice de setembro (0,05 p.p.), entre os 377 subitens pesquisados. Além disso, também houve aumento do transporte por aplicativo (6,14%), que havia caído 1,06% em agosto.

 

O recuo do grupo Comunicação (-2,08%) foi puxado por acesso à internet (-10,55%) e por telefonia, internet e tv por assinatura (-2,70%). Juntos, os dois subitens contribuíram com -0,09 p.p. no IPCA de setembro.

 

O grupo Alimentação e bebidas passou de alta de 0,24% em agosto para queda de 0,51% em setembro, puxado pela alimentação no domicílio (-0,86%). Os preços do leite longa vida caíram 13,71%, contribuindo com -0,15 p.p. no resultado do mês. Apesar da queda, o produto ainda acumula alta de 36,93% nos últimos 12 meses. Destaca-se também a redução nos preços do óleo de soja (-6,27%), com impacto de -0,02 p.p. Entre as altas, a maior contribuição (0,02 p.p.) veio da cebola (11,22%), que havia subido 5,12% em agosto.

 

A alimentação fora do domicílio (0,47%) desacelerou ante o mês anterior (0,89%). A refeição (0,34%) e o lanche (0,74%) subiram menos que em agosto (0,84% e 0,86%, respectivamente).

 

A variação negativa de Artigos de residência (-0,13%) está relacionada à queda do item tv, som e informática (-1,84%), tendo em vista a redução dos preços dos televisores (-2,66%).

 

A maior variação positiva no índice do mês veio de Vestuário (1,77%), assim como já havia acontecido em agosto (1,69%). Todos os itens do grupo tiveram alta em setembro, com destaque para as roupas femininas (2,03%), que contribuíram com 0,03 p.p. As roupas masculinas (1,82%), infantis (1,92%) e os calçados e acessórios (1,70%) também tiveram variações superiores a 1,50%.

 

A alta do grupo Despesas pessoais (0,95%) foi puxada pelos serviços bancários (1,56%). Os serviços ligados ao turismo, como hospedagem (2,88%) e pacote turístico (2,30%) também subiram, acumulando em 12 meses altas de 24,07% e 19,78%, respectivamente.

 

O grupo Habitação acelerou na passagem de agosto (0,10%) para setembro (0,60%), especialmente por conta da energia elétrica residencial, que subiu 0,78%, após a queda de 1,27% observada no mês anterior. Em Vitória (4,95%), as tarifas por kWh foram reajustadas em 10,37%, a partir de 7 de agosto. Além disso, houve reajuste de 14,74% nas tarifas em Belém (3,54%), também em vigor desde 7 de agosto.

 

Ainda em Habitação, destacam-se as altas da taxa de água e esgoto (0,27%) e do gás encanado (0,11%). O primeiro reflete o reajuste médio de 13,18% nas tarifas em Vitória (13,01%). A aplicação do reajuste, prevista para 1º de agosto, foi impedida por um decreto municipal, posteriormente suspenso por uma liminar. Assim, o valor integral do reajuste foi apropriado no índice de setembro. No segundo caso, a alta de 0,11% é consequência dos reajustes de 2,26% em Curitiba (0,77%), em vigor desde 9 de agosto, e da fração residual do reajuste de 0,20% aplicado no Rio de Janeiro (0,02%), vigente desde 1º de agosto.

 

Regionalmente, apenas uma das 16 áreas teve variação positiva em setembro. A alta em Vitória (0,17%) foi puxada pelas variações da taxa de água e esgoto (13,01%) e da energia elétrica residencial (4,95%). O menor resultado ocorreu na região metropolitana de Fortaleza (-0,65%), principalmente por conta da queda de 11,05% nos preços da gasolina.

 

Região Peso Regional (%) Variação (%) Variação Acumulada (%)
Agosto Setembro Ano 12 meses
Vitória 1,86 0,46 0,17 3,64 7,07
Belém 3,94 0,18 -0,01 3,83 5,45
Rio Branco 0,51 -0,34 -0,09 3,74 6,88
Rio de Janeiro 9,43 0,01 -0,11 5,50 8,42
Aracaju 1,03 -0,50 -0,12 4,60 7,75
São Luís 1,62 -1,07 -0,15 3,94 7,14
Curitiba 8,09 -0,46 -0,16 4,02 7,20
Campo Grande 1,57 -0,39 -0,22 4,00 7,15
Brasília 4,06 -0,22 -0,26 3,75 6,63
Goiânia 4,17 -0,32 -0,31 2,68 6,31
São Paulo 32,28 -0,01 -0,32 4,84 7,91
Salvador 5,99 -0,17 -0,32 4,97 8,87
Belo Horizonte 9,69 -1,25 -0,35 2,78 5,78
Recife 3,92 -1,40 -0,43 3,49 6,79
Porto Alegre 8,61 -0,90 -0,46 1,83 4,85
Fortaleza 3,23 -0,74 -0,65 4,19 6,88
Brasil 100,00 -0,36 -0,29 4,09 7,17
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

 

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados de 30 de agosto a 28 de setembro de 2022 (referência) com os preços vigentes de 29 de julho a 29 de agosto de 2022 (base). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

 

INPC tem queda de 0,32% em setembro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve queda de 0,32% em setembro, resultado próximo ao registrado em agosto (-0,31%). No ano, o INPC acumula alta de 4,32% e, nos últimos 12 meses, de 7,19%, abaixo dos 8,83% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2021, a taxa foi de 1,20%.

 

Os produtos alimentícios passaram de alta de 0,26% em agosto para queda de 0,51% em setembro. Os preços dos não alimentícios, por sua vez, continuaram caindo (-0,26%), embora o recuo tenha sido menor que o do mês anterior (-0,50%).

 

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 30 de agosto a 28 de setembro de 2022 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de julho a 29 de agosto de 2022 (base). O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

 

 

 

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