Inflação oficial desacelera e fica em 0,31% em abril

inflação carrinho com moeda 11_05_21O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,31% em abril, ante a taxa de 0,93% registrada em março, conforme divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Apesar da desaceleração, no acumulado em 12 meses o IPCA subiu para 6,76%, permanecendo acima do teto da meta do governo para a inflação no ano – o centro da meta é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

 

Período  Taxa
Abril 2021 0,31%
Março 2021 0,93%
Abril 2020 – 0,31%
Acumulado no ano 2,37%
Acumulado em 12 meses 6,76%

 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta de preços em abril. O maior impacto (0,16 p.p.) e a maior variação (1,19%) vieram de Saúde e cuidados pessoais, que havia recuado ligeiramente em março (-0,02%). A segunda maior contribuição (0,09 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (0,40%), acelerando em relação ao mês anterior (0,13%).

 

O grupo Habitação seguiu movimento inverso, passando de 0,81% em março para 0,22% em abril. A única queda observada no mês veio dos Transportes (-0,08%), após as altas de 2,28% e 3,81% em fevereiro e março, respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o 0,01% de Despesas pessoais e o 0,57% de Artigos de residência.

 

IPCA – Variação e Impacto por grupos – mensal
Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Março Abril Março Abril
Índice Geral 0,93 0,31 0,93 0,31
Alimentação e bebidas 0,13 0,40 0,03 0,09
Habitação 0,81 0,22 0,12 0,03
Artigos de residência 0,69 0,57 0,03 0,02
Vestuário 0,29 0,47 0,01 0,02
Transportes 3,81 -0,08 0,77 -0,02
Saúde e cuidados pessoais -0,02 1,19 0,00 0,16
Despesas pessoais 0,04 0,01 0,00 0,00
Educação -0,52 0,04 -0,03 0,00
Comunicação -0,07 0,08 0,00 0,01
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

A alta do grupo Saúde e cuidados pessoais (1,19%) foi influenciada principalmente pelo resultado dos produtos farmacêuticos (2,69%), que contribuíram com 0,09 p.p. no índice geral. No dia 1º de abril, foi autorizado o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. A maior variação no item veio dos remédios anti-infecciosos e antibióticos (5,20%). Além disso, houve alta também nos produtos de higiene pessoal (0,99%), com impacto de 0,04 p.p.

 

No grupo Alimentação e bebidas, a alta de 0,40% em abril frente a março (0,13%) é explicada pela alimentação no domicílio (0,47%), que havia recuado (-0,17%) no mês anterior. A maior contribuição (0,03 p.p.) veio das carnes (1,01%), que acumulam alta de 35,03% nos últimos 12 meses. Na sequência, vêm o leite longa vida (2,40%), o frango em pedaços (1,95%) e o tomate (5,46%). No lado das quedas, as frutas (-5,21%) foram o principal destaque, contribuindo com -0,05 p.p. no índice do mês.

 

A alimentação fora do domicílio (0,23%) por sua vez, apresentou variação inferior à do mês anterior (0,89%), especialmente por causa do lanche, que passou de alta de 1,88% em março para queda de 0,04% em abril.

 

A desaceleração no grupo Habitação (0,22%) está relacionada principalmente à alta menos intensa do gás de botijão (1,15%) frente a março (4,98%) e ao recuo nos preços da energia elétrica (-0,04%), que haviam subido 0,76% no mês anterior. Em abril, foi mantida a bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,343 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

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O recuo nos Transportes (-0,08%) foi influenciado pelos combustíveis (-0,94%). Os preços da gasolina (-0,44%) caíram pela primeira vez, após 10 meses consecutivos de alta. No entanto, o recuo mais intenso veio do etanol (-4,93%), que contribuiu com -0,04 p.p. para o resultado de abril. No lado das altas, os destaques, além dos automóveis novos (1,01%) e usados (0,57%), foram as passagens aéreas (6,41%), que tiveram sua primeira alta de preços do ano.

 

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

 

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 30 de março e 29 de abril de 2021 (referência) com os preços vigentes entre 2 e 29 de março de 2021 (base). Cabe lembrar que, em virtude da pandemia de COVID-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como sites de internet, telefone ou e-mail.

 

INPC tem alta de 0,38% em abril

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC do mês de abril foi de 0,38%, 0,48 p.p. abaixo do resultado de março (0,86%). No ano, o INPC acumula alta de 2,35% e, nos últimos doze meses, de 7,59%, acima dos 6,94% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2020, a taxa foi de -0,23%.

 

Os produtos alimentícios subiram 0,49% em abril enquanto, ante 0,07% em março. Já os não alimentícios apresentaram alta de 0,35% em abril, contra 1,11% em março.

 

Fonte: IBGE