O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,86% em fevereiro, depois de ter subido 0,25% em janeiro, segundo divulgou nesta quinta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a maior para o mês desde 2016, quando ficou em 0,9%.
Esse foi o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2016, quando o IPCA foi de 0,90%. No ano, o índice acumula alta de 1,11% e, em 12 meses, de 5,20%, acima dos 4,56% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, a variação havia sido de 0,25%.
A principal influência de alta veio da gasolina, que subiu 7,11% no período: o item foi responsável por 42% da inflação de fevereiro, segundo o IBGE.
“Temos tido aumentos no preço da gasolina, que são dados nas refinarias, mas uma parte deles acaba sendo repassada ao consumidor final. No início de fevereiro, por exemplo, tivemos um aumento de 8%, e depois de mais de 10%. Esses aumentos subsequentes no preço do combustível explicam essa alta”, diz em nota o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em fevereiro. O maior impacto no índice do mês (0,45 p.p.) veio dos Transportes (2,28%) e a maior variação, da Educação (2,48%). Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do resultado do mês. Na sequência, veio Saúde e cuidados pessoais (0,62%), cujo impacto foi de 0,08 p.p. O grupo Alimentação e bebidas (0,27% de variação e 0,06 p.p. de contribuição) desacelerou frente a janeiro (1,02%). Já Habitação, que havia recuado 1,07% em janeiro, subiu 0,40%, contribuindo também com 0,06 p.p. no resultado de fevereiro. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,13% em Comunicação e a alta de 0,66% em Artigos de residência.
IPCA – Variação e Impacto por grupos – mensal | ||||
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
Janeiro | Fevereiro | Janeiro | Fevereiro | |
Índice Geral | 0,25 | 0,86 | 0,25 | 0,86 |
Alimentação e bebidas | 1,02 | 0,27 | 0,22 | 0,06 |
Habitação | -1,07 | 0,40 | -0,17 | 0,06 |
Artigos de residência | 0,86 | 0,66 | 0,03 | 0,03 |
Vestuário | -0,07 | 0,38 | 0,00 | 0,02 |
Transportes | 0,41 | 2,28 | 0,08 | 0,45 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,32 | 0,62 | 0,04 | 0,08 |
Despesas pessoais | 0,39 | 0,17 | 0,04 | 0,02 |
Educação | 0,13 | 2,48 | 0,01 | 0,15 |
Comunicação | 0,02 | -0,13 | 0,00 | -0,01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 janeiro a 1° de março de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de dezembro de 2020 a 28 de janeiro de 2021 (base). Cabe lembrar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela COVID-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.
INPC varia 0,82% em fevereiro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC do mês de fevereiro foi de 0,82% enquanto, em janeiro, havia registrado 0,27%. Esse foi o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2016 (0,95%). No ano, o INPC acumula alta de 1,09% e, nos últimos doze meses, de 6,22%, acima dos 5,53% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, a taxa foi de 0,17%.
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 janeiro a 1° de março de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de dezembro de 2020 a 28 de janeiro de 2021 (base).