Era uma vez um pardalzinho que odiava ter que migrar por causa do inverno. Ficava tão apavorado com a ideia de deixar seu lar, que decidiu adiar a viagem até o último momento possível.
Depois de se despedir carinhosamente de todos os seus amigos pardais que partiam, voltou ao seu ninho e ficou ainda por mais quatro semanas.
Finalmente o tempo tornou-se tão desesperadamente frio, que ele não pode mais adiar. Quando o pardalzinho partiu e iniciou o seu voo, começou a chover e rapidamente começou a se formar gelo sobre suas asinhas.
Quase morto de frio e exaustão, foi perdendo altura e caiu por terra num pátio de estrebaria. Quando o pardalzinho estava exalando seu último alento, um cavalo saiu da estrebaria e, virando o traseiro em sua direção, recobriu o pardalzinho de merda.
Á princípio, o pardal não podia pensar em outra coisa, a não ser, que aquele era um modo horrível de morrer, todo cagado. Porém, quando a merda começou a penetrar em suas pernas e aquecê-lo, a vida recomeçou a voltar ao seu corpo.
Ele descobriu que tinha espaço suficiente para respirar. Subitamente o pardalzinho sentiu-se tão bem que começou a cantar.
Naquele instante, um grande gato entrou no pátio da estrebaria e ouvindo o gorjeio do passarinho, começou a remexer o monte de merda para descobrir de onde vinha o som.
O gato descobriu a ave e a comeu.
Esta história contém quatro ensinamentos morais:
1) NEM SEMPRE AQUELE QUE CAGA EM CIMA DE VOCÊ É SEU INIMIGO;
2) NEM SEMPRE AQUELE QUE TIRA VOCÊ DA MERDÁ É SEU AMIGO;
3) DESDE QUE VOCÊ SE SINTA QUENTE E CONFORTÁVEL, MESMO QUE SEJA EM UM MONTE DE MERDA, CONSERVE O BICO FECHADO;
4) QUEM ESTÁ NA MERDA NÃO CANTA.