IPCA: inflação acelera em maio e atinge 8,06% em 12 meses

inflação 10_09_20O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)  a inflação oficial do país – foi   de 0,83% em maio, 0,52 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de abril (0,31%).  Foi o maior resultado para um mês de maio desde 1996 (1,22%). O acumulado no ano foi de 3,22%, e o dos últimos 12 meses, de 8,06%, acima dos 6,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2020, a taxa havia sido -0,38%.

 

Período Taxa
Maio de 2021 0,83%
Abril de 2021 0,31%
Maio de 2020 -0,38%
Acumulado no ano 3,22%
Acumulado nos últimos 12 meses 8,06%

 

Os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em maio. O maior impacto (0,28 p.p.) e a maior variação (1,78%) vieram da Habitação, que acelerou em relação a abril (0,22%). A segunda maior contribuição (0,24 p.p.) veio dos Transportes, cujos preços subiram 1,15% em maio, após o recuarem 0,08% em abril. Na sequência, vieram Saúde e Cuidados Pessoais (0,76%) e Alimentação e bebidas (0,44%), com impactos de 0,10 p.p. e 0,09 p.p., respectivamente. Já a segunda maior variação no mês foi de Artigos de residência (1,25%). Os demais grupos variaram entre 0,06% (Educação) e 0,92% (Vestuário).

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Abril Maio Abril Maio
Índice Geral 0,31 0,83 0,31 0,83
Alimentação e bebidas 0,40 0,44 0,09 0,09
Habitação 0,22 1,78 0,03 0,28
Artigos de residência 0,57 1,25 0,02 0,05
Vestuário 0,47 0,92 0,02 0,04
Transportes -0,08 1,15 -0,02 0,24
Saúde e cuidados pessoais 1,19 0,76 0,16 0,10
Despesas pessoais 0,01 0,21 0,00 0,02
Educação 0,04 0,06 0,00 0,00
Comunicação 0,08 0,21 0,01 0,01

A alta do grupo Habitação (1,78%) deve-se, principalmente, ao resultado da energia elétrica (5,37%), o maior impacto individual no índice do mês (0,23 p.p.). Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Vale lembrar que, entre janeiro e abril, estava em vigor a bandeira amarela, cujo acréscimo é menor (R$ 1,343). Além disso, no final de abril, ocorreram reajustes em diversas regiões de abrangência do índice.

 

Destaca-se ainda, em Habitação, a alta na taxa de água e esgoto (1,61%), consequência dos reajustes de 7,10% em São Paulo (4,56%), vigente desde 10 de maio, e de 5,78% em Curitiba (2,27%), a partir de 17 de maio. Os preços do gás de botijão (1,24%) e do gás encanado (4,58%) também subiram. No gás encanado, influíram os reajustes de 13% no Rio de Janeiro (12,56%) e 7,04% em Curitiba (6,78%), ambos em vigor desde 1º de maio.

 

Nos Transportes (1,15%), o maior impacto (0,17 p.p.) veio da gasolina (2,87%), cujos preços haviam recuado em abril (-0,44%). No ano, o combustível acumula alta de 24,70% e, em 12 meses, de 45,80%. Os preços do gás veicular (23,75%), do etanol (12,92%) e do óleo diesel (4,61%) também subiram em maio.

 

Ainda em Transportes, os automóveis novos (1,15%) e usados (0,88%) seguem em alta, além de alguns produtos e serviços relacionados: pneu (2,30%) e conserto de automóvel (1,19%). Nos transportes públicos (-3,98%), houve reajustes nas passagens de metrô (2,86%) no Rio de Janeiro (9,80%) – aumento de 16%, válido desde 11 de maio – e dos ônibus urbanos (0,30%) em Salvador (4,02%), com aumento de 4,76% a partir de 26 de abril. Já as passagens aéreas caíram (-28,33%), com impacto de -0,12 p.p. no mês.

 

A maior contribuição (0,05 p.p.) no grupo Saúde e cuidados pessoais (0,76%) veio dos produtos farmacêuticos (1,47%), embora a variação tenha sido inferior à de abril (2,69%). Vale lembrar que foi autorizado, a partir do dia 1º de abril, o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, a depender da classe terapêutica e do perfil de concorrência da substância. Em seguida, vieram o plano de saúde (0,67%) e os itens de higiene pessoal (0,63%), com impactos de 0,03 p.p. e 0,02 p.p., respectivamente.

 

O resultado de Alimentação e bebidas (0,44%) ficou próximo ao do mês anterior (0,40%). A alimentação no domicílio passou de 0,47% em abril para 0,23% em maio, principalmente por conta das frutas (-8,39%), da cebola (-7,22%) e do arroz (-1,14%). Por outro lado, as carnes (2,24%) seguem em alta, acumulando 38% de variação nos últimos 12 meses.

A alimentação fora do domicílio (0,98%) seguiu movimento inverso, acelerando em relação a abril (0,23%). Contribuíram para isso as altas do lanche (2,10%) e da refeição (0,63%), cujas variações no mês anterior haviam sido de -0,04% e 0,30%, respectivamente.

 

Já o grupo dos Artigos de Residência (1,25%) teve a segunda maior variação e contribuiu com 0,05 p.p. para o IPCA de maio. Destacam-se as altas dos itens TV, som e informática (2,16%), que já haviam subido em abril (0,63%), e eletrodomésticos e equipamentos (1,04%), que haviam recuado 0,30% no mês anterior.

 

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

 

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 30 de abril a 27 de maio de 2021 e comparados com aqueles vigentes de 30 de março a 29 de abril de 2021 (base). Em virtude da pandemia de Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como sites de internet, telefone ou e-mail.

 

INPC tem alta de 0,96% em maio

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de maio foi de 0,96%, 0,58 p.p. acima do resultado de abril (0,38%). Essa é a maior variação para um mês de maio desde 2016, quando o índice foi de 0,98%. No ano, o indicador acumula alta de 3,33% e, nos últimos doze meses, de 8,90%, acima dos 7,59% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2020, a taxa foi de -0,25%.

 

Os produtos alimentícios subiram 0,53% em maio, ficando acima do resultado de abril (0,49%). Já os não alimentícios tiveram alta de 1,10%, contra 0,35% em abril.

 

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados de 30 de abril a 27 de maio de 2021 com os vigentes entre 30 de março e 29 de abril de 2021 (base).