Justiça italiana vê risco de fuga e mantém Zambelli presa em regime fechado

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) seguirá presa na Itália durante o processo de extradição, decidiu hoje a Justiça local — ela foi detida no dia 29 de julho. Dessa forma, a Corte de Apelação de Roma rejeitou o pedido de defesa por liberdade ou prisão domiciliar.

 

A Corte apontou “fortes indícios” de risco de fuga de Zambelli. A decisão assinada por três juízes menciona que ela entrou na Itália em 5 de junho, um dia após a condenação definitiva no Brasil, e declarou reiteradas vezes que não confia na Justiça brasileira e considera injusta a condenação.

 

Os juízes também citam que a parlamentar foi encontrada escondida em Roma. E ressaltam que ela havia afirmado à imprensa italiana que mudaria de casa para não ser descoberta.

 

A decisão ocorre após três audiências com Zambelli e a análise do laudo de saúde. Na audiência de ontem, a perita do tribunal, Edy Febi, falou por videochamada que não existe incompatibilidade entre a condição de saúde de Zambelli e a permanência na prisão.

 

Zambelli, portanto, segue presa, em regime fechado, na penitenciária feminina de Rebibbia. A extradição pode levar um ano, segundo especialistas.

 

Colegiado considera que não se pode hoje acolher o pedido de liberdade apresentado pela interessada [Zambelli], pois a eventual aplicação de uma medida mais branda em relação à custódia em prisão não permitiria conter o perigo de que a pessoa possa subtrair-se ao presente procedimento de extradição.Trecho da decisão assinada por três magistrados italianos

 

 

A parlamentar fugiu para a Itália após ser condenada a dez anos de prisão pelo STF. A decisão na Primeira Turma do Supremo foi por unanimidade (5 votos a 0), pelo caso da invasão hacker aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).