Lei da anistia aos condenados poderá ser votada após o término do julgamento

Antes resistente a pautar a anistia aos acusados de golpismo, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta terça-feira (2) que está avaliando a questão e que os líderes partidários estão cobrando.

 

“Os líderes estão cobrando, estamos avaliando, vamos conversar mais. […] Aumentou o número de líderes pedindo”, disse ele.

 

Em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve início nesta terça no STF (Supremo Tribunal Federal), a costura política pela anistia tomou volume nesta semana, com articulação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e de dirigentes do centrão a favor do tema.

 

Após reunião de líderes desta terça, ficou acertado que o projeto de anistia não deve ser votado nesta semana. Mas há chances de ir para a pauta após o julgamento, que termina no dia 12. Motta afirmou ainda que conversou brevemente com Tarcísio por telefone nesta terça, mas que poderia haver um encontro mais tarde.

 

Mudança de tom

Lindbergh atribuiu o avanço da anistia, o que disse considerar um erro, à articulação de Tarcísio, que, segundo ele, “matou no peito” para consolidar sua candidatura presidencial junto ao centrão e ao bolsonarismo.

 

O petista disse ainda que “a coisa ficou séria” e que houve uma “mudança de tom e de intensidade”, indicando que a anistia deve ir a plenário. “Cresceu um movimento com a presença do governador de São Paulo. […] Me parece um desejo de pautar mesmo”, disse.

 

Lindbergh afirmou, porém, que a anistia é inconstitucional e seria um equívoco que o Congresso a levasse adiante. “Para nós, seria uma aventura, uma irresponsabilidade, estaríamos acentuando a crise institucional no Brasil, porque essa movimentação toda acontece no primeiro dia do julgamento do Bolsonaro. […] É um desrespeito. No dia em que acontece o julgamento da trama golpista, é como se dissessem: não vai valer nada, nós vamos anular, o Parlamento vai anular.”