Mercado financeiro eleva para 6,11% estimativa da inflação em 2021 e vê alta maior do PIB

bacen30_03_20Os analistas do mercado financeiro elevaram de 6,07% para 6,11% a estimativa média de inflação em 2021, ao mesmo tempo em que passaram a ver um crescimento de 5,26% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

 

As projeções constam no boletim “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

 

Já para a Selic, a taxa básica de juros da economia, o mercado elevou a previsão depois de semanas. A expectativa é a de que a taxa chegue a 6,63% ao fim deste ano.

 

Inflação

Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, a expectativa do mercado para este ano subiu de 6,07% para 6,11%. Foi a 14ª alta seguida.

 

O centro da meta de inflação para este ano é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, que prevê intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos, a meta será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%.

 

Com isso, a projeção do mercado fica cada vez mais acima do teto do sistema de metas. Se confirmado o resultado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá de redigir uma carta aberta explicando os motivos para o descumprimento da meta.

 

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.

 

Para 2022, o mercado financeiro reduziu de 3,77% para 3,75% a estimativa de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se oscilar de 2% a 5%.

 

Produto Interno Bruto

No caso do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, os economistas do mercado financeiro subiram a estimativa para o crescimento de 5,18% para 5,26%. Foi a 12ª alta seguida do indicador.

 

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

 

No começo do ano, o mercado previa que o PIB iria crescer apenas 3,4%. Porém, a economia tem mostrado reação nos últimos meses, influenciada, entre outros motivos, pela alta dos preços das commodities – produtos básicos, como alimentos, minério de ferro e petróleo, cotados no mercado internacional em dólar.

 

Para 2022, o mercado reduziu a previsão de alta do PIB de 2,10% para 2,09%.

 

Taxa de juros

O mercado financeiro, depois de semanas, elevou de 6,50% para 6,63% ao ano a previsão para a taxa Selic ao fim de 2021. A Selic é a taxa básica de juros da economia. Com isso, os analistas seguem projetando alta dos juros neste ano.

 

Em março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia passou de 2% para 2,75% ao ano. Em maio, foi para 3,5% ao ano e, em junho, avançou para 4,25% ao ano.

 

O objetivo das altas recentes, promovidas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, é conter a pressão inflacionária. A próxima reunião do comitê está marcada para o início de agosto.

 

Para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro elevaram a expectativa para a taxa Selic de 6,75% para 7% ao ano.

 

Outras estimativas

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 passou de R$ 5,04 para R$ 5,05. Para 2022, a previsão se manteve em R$ 5,20.

 

  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção para este ano passou de US$ 68,41 bilhões para US$ 68,70 bilhões de resultado positivo. Para 2022, está em US$ 60,00 bilhões.

 

  • Investimento estrangeiro: a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano recuou de US$ 55,50 bilhões para US$ 55,00. Em 2022, a expectativa é de uma entrada de US$ 67,45 bilhões.