Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) reduziram para 5,44% as expectativas de inflação para 2025. Ao mesmo tempo, as projeções apresentadas hoje pelo Relatório Focus apontam para a manutenção da taxa básica de juros no maior patamar desde junho de 2006 até o fim deste ano.
Como deve ser a inflação
Analistas preveem inflação em 5,44% ao final deste ano. A variação é menor do que a estimada na semana anterior pela segunda vez seguida. Na semana passada, o mercado projetava alta de 5,46% no acumulado dos 12 meses finalizados em dezembro. Há quatro semanas, a projeção sinalizava para uma alta de 5,51% do IPCA em 2025.
Apesar da queda, projeção mantém IPCA acima do teto da meta. O intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para a inflação é de 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%. A partir deste ano, o BC precisa justificar cada furo da meta no acumulado em 12 meses por seis meses consecutivos.
IPCA projetado para o mês de maio é de 0,56%. Se confirmado, o percentual a ser divulgado amanhã resultará na perda de força do índice em relação à variação de abril, quando a alta dos preços foi puxada pelo aumento das contas de energia elétrica e dos medicamentos.
Expectativas para 2026, 2027 e 2028 seguem inalteradas. Para o ano que vem, as projeções apontam para variação de 4,5% do índice de preços. Já para os dois anos seguintes, a variação esperada permanece em 4% e 3,85%, respectivamente.
Como devem ficar os juros
Mercado financeiro projeta o fim do ciclo de alta dos juros. As perspectivas apontam que a taxa Selic permanecerá inalterada em 14,75% ao ano até o fim de 2025. O Copom (Comitê de Política Monetária) ainda realiza mais cinco definições sobre os juros neste ano, nos meses de junho, julho, setembro, novembro e dezembro.
Previsões para a taxa Selic nos próximos anos seguem estáveis. Apesar das divergências, a mediana entre os analistas consultados pelo BC mantém as projeções de recuo gradual dos juros básicos para 12,5% ao ano ao final de 2026. Para 2027 e 2028, o arrefecimento indica que as taxas serão de 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
Taxa Selic é o principal instrumento de política monetária para conter a inflação. Com o recente avanço dos preços, a elevação dos juros básicos é utilizada como alternativa para limitar o consumo e inibir, consequentemente, segurar a alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
PIB e Dólar
A pesquisa mostrou ainda a previsão de que o PIB (Produto Interno Bruto) suba 2,18% neste ano, acima da projeção de crescimento de 2,13% na semana anterior. Para 2026, a expectativa para a expansão econômica subiu ligeiramente para 1,81%, contra 1,80% anteriormente.
No Focus desta segunda, houve ainda manutenção na expectativa para o preço do dólar no final de 2025, a R$ 5,80, e leve redução na projeção para 2026, a R$ 5,89, ante R$ 5,90 há uma semana.