Monitor do PIB da FGV aponta crescimento de 4,7% em 2021 com impulso do setor de serviços

economia brasileira 04_03_20A economia brasileira cresceu 4,7% em 2021, após aumento de 0,8% na atividade em dezembro, informa o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) com base em seu Monitor do PIB, divulgado nesta terça-feira (15).

 

Pela ótica da produção, todos os três grandes setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços) cresceram no ano, sendo suas taxas, respectivamente, 0,6%, 4,4% e 4,7%.

 

“A economia brasileira em 2021 compensou a queda de 2020 crescendo 4,7%, graças, principalmente, ao crescimento do setor de serviços em virtude da vacinação. Todos os componentes, tanto da oferta como da demanda, apresentaram crescimento”, diz Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB, em comentário no relatório.

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“Pelo lado da oferta os destaques foram Construção, Transportes, Serviço de Informação e Outros Serviços. Pelo lado da demanda, o destaque foi a Formação Bruta de Capital Fixo, com seus três elementos crescendo fortemente, destacando-se máquinas e equipamentos”, explicou o especialista.

 

“O consumo das famílias, componente com maior participação na demanda, apresentou crescimento de 3,4% com destaque para o consumo de bens semiduráveis. A indústria apresentou crescimento de 4,4% em 2021, enquanto no ano anterior havia apresentado queda de 3,4%. Os principais responsáveis por esse crescimento foram os componentes da construção e transformação que cresceram, respectivamente, 9,0% e 4,6% em 2021”, acrescentou Considera.

 

O resultado oficial do PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, será divulgado somente em 4 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

PIB per capita segue abaixo do valor de 2010

Em termos monetários, a FGV estima que o PIB de 2021, em valores correntes, alcançou a cifra de R$ 8.684.678 milhões, ou R$ 8,68 trilhões. O resultado do PIB de 2021 retoma a trajetória de crescimento iniciada em 2017, diz a FGV.

 

O coordenador destacou ainda que “a despeito do crescimento deste ano, o PIB é inferior ao PIB de 2013”. “Por sua vez, o PIB per capita de 2021 com valor de R$ 40.712,42 é inferior ao valor de R$ 41.069,01, anterior a pandemia (2019), e inferior ainda ao valor de 2010, de R$ 42.348,22. ”

 

Alta de 0,7% no 4º trimestre

Na análise trimestral, o PIB apresentou, na série com ajuste sazonal, crescimento de 0,7% no quarto trimestre, em comparação ao terceiro. Em relação ao quarto trimestre de 2020, o PIB apresentou crescimento de 1,9%.

 

A análise desagregada dos componentes da demanda é usualmente realizada na série trimestral interanual pela FGV por considerar que ela apresenta a menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.

 

O consumo das famílias cresceu 3,4% em 2021, em comparação a 2020. A taxa positiva observada se deveu, principalmente, ao crescimento de serviços que voltou a apresentar taxas positivas a partir de agosto desse mesmo ano. O crescimento do consumo de serviços já era esperado devido à baixa base de comparação causada pela pandemia do covid-19 e o avanço da vacinação.

 

A exportação apresentou crescimento de 5,4% em 2021, em comparação a 2020. Os segmentos exportáveis que apresentaram maior crescimento foram bens de consumo semiduráveis (32,7%), bens de consumo duráveis (31,3%), bens de capital (23,0%) e serviços (16,4). Os únicos componentes que apontaram retração foram os produtos agropecuários (1,3%) e bens de consumo não duráveis (1,3%). No ano anterior essa atividade havia apresentado retração de 1,8%.

 

A importação apresentou crescimento de 6,7% em 2021, em comparação a 2020. O componente de bens intermediários foi o principal responsável pelo crescimento dessa atividade, com elevado crescimento de 19,9% nesse ano. Por outro lado, o componente de serviços contribuiu negativamente para esse setor, apresentando retração de 1,7% em 2021.

 

A Formação Bruta de Capital Fixo, apesar de ter apresentado, em 2021, resultado superior aos apresentados entre 2015-2020, continua sendo inferior aos resultados de 2011-2014, destaca a FGV. O consumo das famílias também apresentou resultado superior ao de 2020 porém inferior ao de 2019.