Parcelas de endividados e de inadimplentes sobem em maio, aponta CNC

inadimplência 03_03_20Os percentuais de endividados e de inadimplentes subiram de abril para maio, segundo leitura da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em sua Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), anunciada nesta segunda-feira (31).

 

No levantamento, a parcela de endividados ficou em 68% em maio, sexto aumento consecutivo e superior à de abril (67,5%) e à de maio de 2020 (66,5%). Foi a parcela mais intensa desde início da pesquisa em 2010, informou a CNC.

 

No caso dos endividados com contas em atraso, a parcela ficou em 24,3% em maio, acima de abril (24,2%), mas ainda inferior à de maio de 2020 (25,1%). Quanto aos inadimplentes, 10,5% declararam sem condições de pagar débitos, acima de abril (10,4%), mas ainda abaixo de maio do ano passado (10,6%).

 

A entidade pontuou que, desde agosto de 2020, é a primeira vez que o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumenta na passagem de um mês para outro.

 

Em nota sobre a pesquisa, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, explicou que o orçamento das famílias vinha sendo “minimamente preservado” por mercado de trabalho. Porém, no entendimento de Tadros, isso não se manteve, ao longo da crise desencadeada pela pandemia, diante da percepção de menor estabilidade de emprego e de outros fatores econômicos, como a inflação elevada.

 

“Houve uma piora no orçamento das famílias em maio, com a alta da inadimplência, mas esse era um movimento esperado. A renda se mantém baixa, com fragilidades no mercado de trabalho, incluindo um menor impacto de benefícios assistenciais, caso do auxílio emergencial reduzido”, enumerou o presidente da entidade, em comunicado sobre o tema.

 

Nas modalidades de dívida mais lembradas pelos endividados, a proporção das famílias que utilizam o cartão de crédito como principal tipo de dívida manteve-se em 80,9% do total, em maio, recorde na pesquisa. A segunda posição é ocupada por carnês (16,5%), seguida por financiamento de carro (11,2%).

 

Para a CNC, a nova rodada do auxílio emergencial com valores menores, que começou a ser paga em abril, deverá ser em grande parte destinada ao pagamento de dívidas e contas, uma vez que o endividamento está elevado.