O Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulga nesta quarta-feira, 19, sua decisão sobre a taxa de juros básico da economia, a Selic, após dois dias de deliberações entre os membros.
A Selic está hoje em 10,5% ao ano, e a expectativa do mercado é de que a decisão seja pela manutenção desse patamar, apesar das críticas do governo pressionando por mais cortes. O início do ciclo de cortes foi em julho de 2023, após quase um ano a 13,75%, e chegou ao patamar atual na última reunião em maio.
A decisão do Copom, formado pela diretoria e pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, será tomada em meio ao fogo cerrado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — que subiu o tom das críticas ao tamanho da taxa de juros nos últimos dias.
Especialistas que antes viam grandes chances de o ciclo de cortes seguir até o final do ano, agora apostam na pausa de reduções ou até mesmo do fim dos cortes para este ano, após novas projeções para a inflação e incertezas no cenário externo, principalmente na economia dos Estados Unidos.
De olho nos votos
As atenções do mercado estão voltadas também para o placar da decisão do Copom na reunião desta quarta.
“O placar dividido da última reunião foi, junto com a mudança de meta fiscal para 2025 e 2026, um dos estopins para a piora da percepção fiscal e o aumento da desancoragem das expectativas nas últimas semanas. Assim, o melhor cenário seria um placar unânime, independente da decisão”, afirma Helena Veronese, economista-chefe B.Side Investimentos.
Caso a decisão seja novamente dividida, como no encontro anterior, a expectativa é de nova pressão de alta para o dólar, em função dos receios de que, com a saída de Roberto Campos Neto da presidência do BC no fim de 2024, a instituição se torne mais tolerante com a inflação.