As ações em Hong Kong despencaram mais de 13% nesta segunda-feira, em seu pior dia em quase três décadas. O desempenho do mercado na ilha reflete o anúncio do governo chinês de tarifas de 34% sobre importados americanos, em retaliação às taxas de mesma magnitude anunciadas por Donald Trump na semana passada. A reação chinesa ocorreu na sexta-feira, quando o mercado estava fechado devido a um feriado no país. O pregão nos demais países já havia terminado. Por isso as Bolsas na Ásia caíram tanto hoje.
Todos os principais índices acionários na Ásia encerraram em queda, conforme abaixo. Tóquio chegou a acionar circuit breaker, mecanismo que interrompe a negociação de ações temporariamente devido a fortes perdas:
- Hong Kong: – 13,22%, maior queda desde 1997, durante a crise financeira asiática
- Shenzhen: – 9,66%
- Xangai: -7,34%
- Tóquio: – 7,83%
- Seul: – 5,57%
- Sydney: – 4,23%.
Em 2 de abril, Trump anunciou tarifas de importação sobre todos os países, as chamadas tarifas recíprocas, com exceção de México e Canadá, com os quais os EUA têm um acordo comercial de longa data.
A taxa recíproca mínima sobre os produtos importados pelos EUA passou a ser de 10%. Esta tarifa passou a vigorar no sábado. O Brasil e a Argentina, por exemplo, estão nesse grupo.
50 países já buscam negociação
Trump negou no domingo que planejasse fazer as Bolsas despencarem intencionalmente e insistiu que não podia prever a reação dos mercados. Advertiu ainda que não chegaria a um acordo com os países alvo do tarifaço a menos que os déficits comerciais fossem resolvidos. O tamanho do déficit foi o critério do presidente americano para determinar quanto cada nação seria taxada.
Na sua rede social Truth Social, o presidente americano foi irônico: “algum dia as pessoas vão perceber que as tarifas, para os Estados Unidos, são algo muito belo!”, escreveu.