Poupança tem saída recorde de R$ 22 bilhões em agosto, informa BC

poupança 08_11_19A retirada de recursos da caderneta de poupança superou os depósitos em R$ 22 bilhões em agosto deste ano, informou nesta terça-feira (6) o Banco Central.

 

Foi a maior saída líquida (diferença entre saques e depósitos) já registrada para todos os meses desde o início da série histórica, em janeiro de 1995.

 

Até então, a maior saída líquida de recursos da poupança havia sido registrada em janeiro deste ano, quando R$ 19,66 bilhões deixaram a modalidade de investimentos.

 

Juros, endividamento e inadimplência

Os saques acontecem em um momento de alta dos juros bancários – os maiores em quatro anos – e do endividamento das famílias.

 

Segundo dados do Serasa Experian, o país registrou 67,6 milhões de inadimplentes em julho, um recorde desde o início do levantamento, em 2016.

 

De acordo com o BC, o endividamento das famílias também bateu recorde em maio (último dado disponível) ao somar 52,8% da renda acumulada nos doze meses anteriores. A série histórica do BC para este indicador tem início em janeiro de 2005.

 

Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias estava em 41,8%.

 

Poupança perde R$ 85 bilhões no ano

Ainda segundo o BC, no acumulado dos oito primeiros meses deste ano os saques de recursos da tradicional caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 85,16 bilhões.

 

Esse também é o maior valor da série histórica. A cifra supera o recorde anterior, de 2015, quando R$ 48,49 bilhões líquidos foram retirados da poupança entre janeiro e agosto.

 

Rendimento

A saída de recursos coincide com a baixa rentabilidade da poupança, que tem perdido para a inflação. Mesmo com a Selic subindo para 13,75% ao ano e com a inflação anual ainda perto dois dígitos, a poupança seguirá com o retorno travado em 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial).

 

Simulações do buscador de investimentos Yubb mostram que diversos investimentos em renda fixa são mais atrativos, com uma rentabilidade líquida (descontada a inflação projetada e o imposto de renda) de até mais de 7% para o período de 12 meses.

 

Entre as modalidades com maior retorno projetado estão as debêntures incentivadas, que são títulos emitidos por empresas para financiar seus projetos e operações, LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio). Todas essas aplicações são isentas do pagamento de imposto de renda (IR).

 

.