Preço da cesta básica em junho cai 2,26% no Vale do Ivaí

O acompanhamento mensal do preço da Cesta Básica no Vale do Ivaí revelou que o conjunto dos 13 produtos essenciais ficou 2,26% mais barato em junho, na comparação com o mês anterior.

 

O valor para que uma pessoa em idade adulta possa adquirir os alimentos em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o seu sustento e bem-estar, ficou em R$ 723,72. Em dezembro seu custo estava em R$ 702,49, o que representa, no ano, um aumento de 3,02%.  Já em comparação com o mesmo mês no ano anterior, ocorreu um aumento de 3,73%, quando seu valor estava m R$ 697,72. Esta pesquisa foi efetuada por Jéssica Correia junto aos mercados, padarias e casas de carnes do Vale do Ivaí.

 

Já o custo para uma família composta por dois adultos e duas crianças foi de R$ 2.171,16. A pesquisa que foi realizada no dia 28 de junho, mostrou que as quedas de preços foram registradas em 04 produtos, tendo o feijão carioca variado (-) 36,56%, cotado a R$ 5,39 o quilo, o tomate (-) 18,20, a manteiga (-) 10,86% e o leite (-) 3,58%.  .

 

Em contrapartida, outros 07 produtos subiram de preço. A carne bovina responde por 40% do peso na cesta básica e custou em média R$ 39,54 o quilo (coxão mole), teve um aumento de 0,64%. Tiveram ainda altas em seus preços a banana nanica (+) 20,04%, o café em pó (+) 18,09%, a batatinha (+) 10,01%, o óleo de soja (+) 7,71%, o arroz agulhinha (+) 5,88% e o pão francês (+) 1,32%.

 

Não sofreram alterações em seus preços em junho a farinha de trigo e o açúcar refinado.

 

Em nível de Brasil, o custo da cesta básica aumentou em 10 das 17 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos em junho deste ano, na comparação mensal. O levantamento é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

As principais altas foram registradas no Rio de Janeiro (2,22%), em Florianópolis (1,88%), Curitiba (1,81%) e Belo Horizonte (1,18%). Por outro lado, as maiores quedas ocorreram em Natal (-6,38%) e Recife (-5,75%).

Já os maiores custos da cesta básica ocorreram em São Paulo (R$ 832,69), Florianópolis (R$ 816,06), Rio de Janeiro (R$ 814,38) e Porto Alegre (R$ 804,86). Os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 561,96), Recife (R$ 582,90) e João Pessoa (R$ 597,32), cidades do Norte e Nordeste, onde há uma composição diferente da cesta.

 

Não se deve confundir cesta básica com inflação. A primeira, é composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, e que foram definidos pelo Decreto 399 de 30 de abril de 1938, que continua em vigor. Já a inflação é muito mais abrangente, pois inclui todas as despesas com produtos e serviços que uma família consome durante um mês, incluindo os gastos com alimentação e bebidas, habitação, educação, vestuário, despesas pessoais, saúde e cuidados pessoais, transportes, comunicações e artigos de residência.

 

Horas de trabalho para adquirir a Cesta Básica

Conhecido o valor da cesta, é possível efetuar o cálculo das horas que um trabalhador que ganha salário mínimo precisa trabalhar para comprar a cesta básica de alimentos. Para isso, divide-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada na Constituição (220 h/mês). Assim, esse trabalhador do Vale do Ivaí que ganhou um salário mínimo (R$ 1.412,00), precisou trabalhar 112,76 horas no mês, apenas para adquirir os produtos da cesta básica, consumindo o equivalente a 55,41% de sua renda líquida.

 

Salário Mínimo Necessário

A constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, define o salário mínimo como aquele fixado em lei, capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,… (Constituição Federativa do Brasil, art. 7″ – IV).

 

Para calcular o salário mínimo necessário, considerando o preceito constitucional, e levando-se em conta a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada pelo Dieese, a alimentação representa 35,71% das despesas das famílias. A família considerada para o cálculo é composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem como 1 adulto.

 

Aplicando-se essa metodologia com base no custo da cesta básica no Vale do Ivaí (R$ 723,72), o valor do salário mínimo necessário para que um trabalhador pudesse sustentar sua família deveria ser de R$ 6.079,98, muito distante da realidade e uma utopia para os nossos dias atuais.  O valor é 4,30 vezes o salário em vigor.