Preço da cesta básica em abril cai 3,17% no Vale do Ivaí

O acompanhamento mensal do preço da Cesta Básica no Vale do Ivaí, feito pela equipe econômica da Rádio Jandaia, revelou que o conjunto dos 13 produtos essenciais ficou 3,17% mais barato em abril, na comparação com o mês anterior.

 

O valor para que uma pessoa em idade adulta possa adquirir os alimentos em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o seu sustento e bem-estar, ficou em R$ 696,65. Em dezembro seu custo estava em R$ 702,49, o que representa, no ano, uma queda de 0,83%. Já em comparação com o mesmo mês no ano anterior, ocorreu uma queda de 0,12%, quando seu valor estava m R$ 697,46. Esta pesquisa foi efetuada por Jéssica Correia junto aos mercados, padarias e casas de carnes do Vale do Ivaí.

 

Já o custo para uma família composta por dois adultos e duas crianças foi de R$ 2.089,95. A pesquisa que foi realizada no dia 30 de abril, mostrou que as quedas de preços foram registradas em 03 produtos, tendo o feijão carioca variado (-) 28,12%, cotado a R$ 6,39 o quilo, o tomate (-) 18,20% e da carne bovina (-) 0,76% A carne bovina responde por 40% do peso na cesta básica e custou em média R$ 38,96 o quilo (coxão mole).  O menor preço encontrado foi de R$ 34,98, enquanto o mais alto atingiu R$ 42,00.

 

Em contrapartida, outros 03 produtos subiram de preço, tendo a batatinha uma alta de 7,15%, seguido do óleo de soja (+) 4,01% e do leite |(+) 2,33%.

 

Não sofreram alterações em seus preços em abril o arroz agulhinha, a farinha de trigo, o pão francês, o café em pó, a banana nanica, o açúcar refinado e a manteiga.

 

Não se deve confundir cesta básica com inflação. A primeira, é composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, e que foram definidos pelo Decreto 399 de 30 de abril de 1938, que continua em vigor. Já a inflação é muito mais abrangente, pois inclui todas as despesas com produtos e serviços que uma família consome durante um mês, incluindo os gastos com alimentação e bebidas, habitação, educação, vestuário, despesas pessoais, saúde e cuidados pessoais, transportes, comunicações e artigos de residência.

 

Horas de trabalho para adquirir a Cesta Básica

Conhecido o valor da cesta, é possível efetuar o cálculo das horas que um trabalhador que ganha salário mínimo precisa trabalhar para comprar a cesta básica de alimentos. Para isso, divide-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada na Constituição (220 h/mês). Assim, esse  trabalhador do Vale do Ivaí que ganhou um salário mínimo (R$ 1.1.412,00), precisou trabalhar 108,54 horas no mês, apenas para adquirir os produtos da cesta básica, consumindo o equivalente a 53,34% de sua renda líquida.

 

Salário Mínimo Necessário

A constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, define o salário mínimo como aquele fixado em lei, capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,… (Constituição Federativa do Brasil, art. 7″ – IV).

 

Para calcular o salário mínimo necessário, considerando o preceito constitucional, e levando-se em conta a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada pelo Dieese, a alimentação representa 35,71% das despesas das famílias. A família considerada para o cálculo é composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem como 1 adulto.

 

Aplicando-se essa metodologia com base no custo da cesta básica no Vale do Ivaí (R$ 696,65), o valor do salário mínimo necessário para que um trabalhador pudesse sustentar sua família deveria ser de R$ 5.852,56, muito distante da realidade e uma utopia para os nossos dias atuais.  O valor é 4,14 vezes o salário em vigor.