Puxado pelo aumento da energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou a alta para 0,89% em agosto, após registrar taxa de 0,72% em julho, informou nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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“Esse resultado é o maior para um mês de agosto desde 2002, quando atingiu 1%. No ano, o indicador acumula alta de 5,81% e nos últimos 12 meses, de 9,30%”, informou o IBGE.
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IPCA-15, prévia da inflação oficial (variação mensal) — Foto: Economia G1
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Energia sobe 5% no mês
Com aumento de 5%, a energia elétrica exerceu o maior impacto individual no IPCA-15, respondendo sozinha por 0,23 ponto percentual no índice do mês.
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A alta é explicada, sobretudo, pela entrada em vigor da bandeira tarifária de vermelha patamar 2, que passou a cobrar R$ 9,49 a cada 100kWh consumidos, após reajuste de 52%. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243. A mudança de bandeira ocorre diante da crise hídrica, que tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara.
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Além disso, pesou também na inflação da energia reajustes tarifários em cidades como Belém, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
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Alta em 8 dos 9 grupos pesquisados
Outras pressões de alta no mês vieram dos transportes, com aumento de 1,11%, seguida por alimentação e bebidas (1,02%). A única queda em agosto foi em saúde e cuidados pessoais (-0,29%).
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Veja o resultado do IPCA-15 para cada um dos grupos:
- Alimentação e bebidas: 1,02%
- Habitação: 1,97%
- Artigos de residência: 1,05%
- Vestuário: 0,94%
- Transportes: 1,11%
- Saúde e cuidados pessoais: -0,29%
- Despesas pessoais: 0,68%
- Educação: 0,30%
- Comunicação: 0,19%
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IPCA-15: prévia da inflação oficial acumulada em 12 meses — Foto: Economia G1
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Inflação persistente e acima da meta
A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 5,25% ao ano.
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A expectativa do mercado financeiro para a inflação de 2021 é de 7,11%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Com isso, a projeção dos analistas segue cada vez mais acima do teto do sistema de metas.
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Já a expectativa dos analistas para a taxa Selic no fim do ano permanece em 7,5%, o que pressupõe novas altas nos próximos meses.
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Para 2022, o mercado financeiro estima uma inflação de 3,93%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se oscilar de 2% a 5%.
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Por Darlan Alvarenga, G1