O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou pequena redução de 0,05% em outubro, na comparação com setembro, informou a instituição nesta quarta-feira (14).
O resultado foi calculado após ajuste sazonal, um tipo de “compensação” para comparar períodos diferentes.
De acordo com dados do BC, esse foi o terceiro mês seguido sem crescimento do nível de atividade da economia brasileira.
Na comparação com outubro do ano passado, informou o Banco Central, o indicador do nível de atividade registrou crescimento de 3,68%.
Nível de atividade
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. No terceiro trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,4%.
Com isso, houve uma desaceleração frente ao ano passado – quando o PIB registrou expansão de 5%.
Para este ano, o mercado financeiro estima uma alta de 3,05% para o PIB. Já para 2023, a expectativa é de um crescimento menor, de 0,75%.
Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Nem sempre, entretanto, a alta do PIB equivale a bem-estar social.
Já o IBC-Br do BC é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas os resultados nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE (veja a diferença mais abaixo).
Parcial do ano e 12 meses
No acumulado de janeiro a outubro deste ano, ainda segundo o Banco Central, o nível de atividade da economia brasileira registrou expansão de 3,41% (sem ajuste sazonal).
De acordo com o Banco Central, o indicador apresentou crescimento de 3,13% em 12 meses até outubro. Nesse caso, o índice também foi calculado sem ajuste sazonal.
PIB X IBC-Br
O cálculo do PIB, divulgado pelo IBGE, e do IBC-Br é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Neste mês, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos, para tentar conter a alta de preços.
Na ata do Copom, divulgada nesta terça-feira (13), o BC reforçou preocupação com impacto do aumento de gastos públicos na inflação.
O recado do BC foi divulgado em um momento no qual o Congresso Nacional debate aumento de despesas para manter o benefício do Bolsa Família em R$ 600 no ano que vem, além de recompor despesas em saúde, educação e outras áreas afetadas nos últimos anos.
A elevação de R$ 168 bilhões em gastos por dois anos, discutida na chamada PEC da Transição, já foi aprovada pelo Senado Federal. O texto ainda será avaliado pela Câmara dos Deputados.