Primeiro boletim da dengue de 2025 mostra Paraná com mais de 7 mil casos

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio da Coordenadoria Estadual de Vigilância Ambiental, divulgou nesta terça-feira (14) o novo boletim da dengue, após três semanas sem a publicação do boletim epidemiológico por conta do recesso de fim de ano.

 

Foram registrados mais 1.709 casos da doença. Os dados do atual período epidemiológico, iniciado em 28 de julho de 2024, somam 56.699 notificações, 7.084 diagnósticos confirmados e dois (2) óbitos em decorrência da dengue, o dobro do registrado no ano passado. No boletim divulgado no dia 16 de janeiro de 2024, eram 3.593 casos na época.

 

Os números preocupam por que no ano epidemiológico de 2023/2024, o Paraná registrou o recorde de casos. Foram 595.732 casos confirmados e 610 mortes em decorrência da dengue.

 

No total, 383 municípios já apresentaram notificações da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e 286 possuem casos confirmados.

 

As regionais com os maiores números de casos confirmados neste período epidemiológico são a 17ª Regional de Saúde de Londrina (1.487); 14ª RS de Paranavaí (1.035); 15ª RS de Maringá (568); 2ª RS Metropolitana (504) e 1ª RS Paranaguá (488).

 

OUTRAS ARBOVIROSES – Este informe traz ainda informações sobre Chikungunya e Zika, doenças também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Neste período foram confirmados 107 casos de Chikungunya, sendo registradas 543 notificações da doença no Estado. Quanto à Zika Vírus, até o momento ocorreram 27 notificações e nenhum caso confirmado.

 

Região soma 182 casos de dengue contra 2,6 mil no mesmo mês de 2024

 

Os municípios da 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana, somam 182 casos. A realidade é bem diferente da registrada no mesmo mês do ano passado, quando a região contabilizava quase 2,6 mil casos. A queda em relação a este ano é de 93%.

 

Neste ano, são 34 casos em Arapongas, 29 em Apucarana, 19 em Grandes Rios e 16 em Faxinal e 16 também em São Pedro do Ivaí. Os demais casos estão distribuídos em Califórnia (14), Marilândia do Sul (12), Jandaia do Sul (9), Rio Bom (8), Cambira (7), Sabáudia (6), Bom Sucesso (5), Marumbi (4), Kaloré (1), Mauá da Serra (1) e Novo Itacolomi (1).

 

No boletim de 16 de janeiro de 2024, Apucarana tinha 1.602 casos, Jandaia do Sul (657) e Borrazópolis (176). Na época, Apucarana era a cidade com mais casos no Paraná.

 

Casos de dengue na região – 14 de janeiro de 2025

  • Apucarana 29
  • Arapongas 34
  • Bom Sucesso 5
  • Califórnia 14
  • Cambira 7
  • Faxinal 16
  • Grandes Rios 19
  • Jandaia do Sul 9
  • Kaloré 1
  • Marilândia 12
  • Marumbi 4
  • Mauá da Serra 1
  • Novo Itacolomi 1
  • Rio Bom 8
  • Sabáudia 6
  • São Pedro do Ivaí 16

 

Sorotipo 3 registra aumento no país e preocupa especialistas

Os casos de dengue ligados ao sorotipo 3 dispararam no Brasil, especialmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná.

 

Segundo dados do Ministério da Saúde, esse crescimento foi mais evidente nas últimas semanas de dezembro de 2024, quando o chamado sorotipo DENV3 começou a se espalhar de forma mais significativa, representando 31,8% dos casos no Amapá, 28,7% em São Paulo, 18,2% em Minas Gerais e 9,3% no Paraná.

 

Esses estados lideram a circulação do DENV3, que tem mostrado um crescimento preocupante em comparação com os outros sorotipos predominantes, como o DENV1 e o DENV2

 

“O aumento dos casos de dengue 3 chama a atenção porque grande parte da população é suscetível, já que o vírus circulou em níveis baixos nos últimos anos e por causa disso, muitas pessoas não desenvolveram imunidade contra esse sorotipo”, explica a professora da USP Maria Anice Mureb Sallum, que atua na área de taxonomia e ecologia de mosquitos vetores de agentes infecciosos há mais de 45 anos.

 

Para se ter ideia, em dezembro de 2023, o Brasil apresentava apenas 0,32% de casos de DENV-3, mas em dezembro de 2024 esse percentual saltou para 40,79%