Produção industrial cai 0,4% em setembro, quarta queda consecutiva

produção industrial 01_10_19A produção industrial brasileira caiu 0,4% em setembro, na comparação com agosto, na quarta retração mensal consecutiva, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

“Frente a setembro de 2020, a indústria recuou 3,9%, intensificando a redução do mês anterior (-0,7%). O setor acumula altas de 7,5% no ano e de 6,4% em 12 meses”, informou o IBGE.

 

Com o resultado, setor retrocede para patamar 3,2% abaixo do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 19,4% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011.

 

Piora das expectativas

A indústria tem sido afetada em 2021 pela falta de insumos e pela alta nos preços das matérias-primas e de custos como o da energia elétrica. E o cenário para os próximos meses promete continuar desafiador. Segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), a confiança do setor caiu em outubro pelo terceiro mês consecutiva.

 

A inflação persistente, a crise hídrica, o desemprego ainda elevado e as elevadas incertezas fiscais e politicas às vésperas do ano eleitoral de 2022 têm piorado as perspectivas para a economia brasileira. O mercado financeiro tem revisado para baixo as projeções de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e elevado as estimativas para a inflação e para a taxa básica de juros (Selic).

 

O mercado projeta atualmente uma inflação de 9,17% em 2021, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para 2022, a previsão subiu de 4,40% para 4,55%. Para a Selic, a projeção é de uma taxa de 9,25% no fim de 2021, chegando aos dois dígitos em 2022.

 

Para a alta do PIB deste ano, a expectativa foi revisada de 4,97% para 4,94%. Para 2022, o mercado baixou a previsão de crescimento da economia de 1,40% para 1,20%. Mas parte dos analistas já falam em estagnação e até mesmo uma nova recessão.

 

Pelas contas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), somente o custo mais alto da energia elétrica tirará R$ 8,2 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e resultará numa perda de de 166 mil empregos.