A produção industrial brasileira recuou 1,3% em abril, na comparação com março. É a terceira queda consecutiva do indicador. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em relação a abril de 2020, houve alta de 34,7%. No quarto mês do ano passado, a produção havia desabado com os impactos iniciais da pandemia, que chegou a paralisar operações de fábricas.
Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação negativa de 0,1% no indicador ante março e crescimento de 36,9% frente a abril de 2020.
Após ser prejudicada pelo começo da crise sanitária, a indústria teve reação ao longo do ano passado. Contudo, esse movimento perdeu fôlego na largada de 2021.
Segundo analistas, a piora da pandemia e a paralisação de medidas de estímulo à economia, como o auxílio emergencial, explicaram o desempenho em nível inferior no primeiro trimestre.
Conforme os dados do IBGE, a produção industrial acumulou alta de 1,1% em 12 meses até abril. Em 2021, registra avanço de 10,5%.
O setor industrial vem sendo beneficiado pelo ramo extrativo, que teve alta na demanda internacional por mercadorias como o minério de ferro. Por outro lado, a indústria de transformação, o principal segmento fabril, tem sofrido com falta de insumos, aumento de custos e desaquecimento do consumo das famílias, indicou na terça-feira (1º) o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
A escassez de matéria-prima e a disparada de preços no mercado internacional estão atreladas a fatores como o desarranjo de cadeias produtivas na pandemia e a alta do dólar.
Na visão do Iedi, “riscos não negligenciáveis” ainda pairam sobre o desempenho futuro da economia brasileira. Entre as ameaças citadas pelo instituto, estão o eventual efeito da variante indiana do coronavírus, o ritmo de vacinação aquém do esperado no Brasil e a crise hídrica, que pode impactar a inflação no país, retirando poder de compra da população.
Folha.com