Receita intensifica fiscalização e suspende CNPJ de lojas que vendem cigarro eletrônico

A Receita Federal intensificou a fiscalização sobre o comércio de cigarros eletrônicos, proibido no Brasil desde 2009 por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

A venda clandestina desses produtos, expostos abertamente em vitrines de shoppings populares e centros comerciais, agora está sujeita a penalidades severas, como a suspensão e até o cancelamento do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) de estabelecimentos reincidentes.

 

A nova medida começou a ser aplicada em outubro e já resultou na suspensão de 22 CNPJ em operações realizadas em São Paulo.

 

A Receita também está ampliando esforços para combater o comércio ilegal em 2025, incluindo ações contra pequenos comerciantes sem registro empresarial, apreensão de mercadorias e possível abertura de processos penais.

Neste ano, o volume de apreensões de cigarros eletrônicos alcançou um recorde: R$ 240 milhões, quase quatro vezes o valor registrado em 2023 (R$ 63 milhões).

 

Riscos à saúde

A comercialização de cigarros eletrônicos preocupa especialistas pela potencialização de dependência química e pela exposição a substâncias cancerígenas. Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, ressalta que os dispositivos podem causar danos irreversíveis aos pulmões, incluindo lesões alveolares e aumento da incidência de câncer.

 

“O pulmão não se regenera. Essas consequências podem ser graves e permanentes”, alerta.

 

Combate à venda online

Outro desafio enfrentado pelo governo é a venda de cigarros eletrônicos pela internet, em plataformas digitais e aplicativos. Estudos para intensificar ações contra esse mercado estão em andamento, com o objetivo de fechar o cerco às redes de distribuição clandestina.