Saques da poupança superam depósitos em R$ 7,4 bilhões em novembro, diz BC

poupança saque 13_12_22O Banco Central (BC) informou que os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 7,419 bilhões em novembro.

 

Ao todo, segundo a instituição:

  • os depósitos totalizaram R$ 304,580 bilhões;
  • os saques totalizaram R$ 311,998 bilhões.

 

Com isso, a saída líquida (diferença entre saques e depósitos) foi de R$ 7,419 bilhões (valor arredondado), a segunda maior retirada para meses de novembro desde o início da série histórica do BC, que começou em 1995.

 

A maior retirada para meses de novembro foi no ano passado, com a saída líquida de R$ 12,377 bilhões.

 

Os valores são nominais, ou seja, sem atualização pela inflação.

 

Acumulado do ano

Ainda segundo dados do BC, no acumulado do ano, os saques de recursos da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 109,496 bilhões.

 

Esse é o maior valor da série histórica para o período. A cifra supera o recorde anterior, registrado nos onze primeiros meses de 2015, quando R$ 58,358 bilhões líquidos foram retirados da poupança.

 

Ao longo deste ano, a poupança teve apenas um mês com mais entrada do que saída de recursos.

 

Possíveis motivos

A elevada saída de recursos da poupança em 2022 coincide com a inflação, que chegou à casa de dois dígitos, e somente a partir de julho deste ano começou a desacelerar. A alta de preços foi impulsionada pelas medidas de redução de impostos sobre combustíveis e energia elétrica.

 

Ainda assim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acumula alta de 4,7%, até outubro , e de 6,47%, no acumulado dos últimos 12 meses.

 

Outro fator que pode ajudar a explicar a saída de recursos da poupança é a alta da taxa básica de juros, a Selic. A taxa está em 13,75% ao ano, maior juro básico desde dezembro de 2016.

 

Com isso, a tradicional caderneta de poupança segue com o rendimento travado em 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial), perdendo para outras aplicações de renda fixa, como as atreladas ao CDI ((Certificado de Depósito Interbancário).

 

Além da inflação e dos juros, o endividamento das famílias avançou neste ano e bateu recorde, limitando a capacidade de consumo da população e impulsionando a inadimplência.