O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometeu nesta quinta-feira (21) pagar um auxílio a 750 mil caminhoneiros para compensar o aumento do diesel. Ele não disse de onde vai tirar os recursos nem a partir de quando o benefício será pago.
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A declaração foi em discurso em Sertânia, em Pernambuco, onde Bolsonaro esteve para inaugurar um ramal de distribuição de água no agreste do estado.
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“Decidimos então… Os números serão apresentados nos próximos dias… Nós vamos atender aos caminhoneiros autônomos: em torno de 750 mil caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel”, afirmou o presidente em discurso para apoiadores.
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À noite, em uma live, Bolsonaro disse que o auxílio será de R$ 400 e custará “pouco mais de R$ 3 bilhões” do Orçamento em um ano.
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Em setembro, a Petrobras anunciou reajuste no preço do diesel vendido às distribuidoras. Com o reajuste, o preço médio de venda do diesel passou de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,25 por litro. O reajuste entrou em vigor em 29 de setembro.
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Nas bombas, dados da ANP mostram que, na semana passada, o valor médio do litro do diesel foi de R$ 4,97 e máximo, de R$ 6,41.
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O anúncio é feito num momento em que o mercado reage negativamente à proposta do governo de obter uma licença para descumprir o teto de gastos para cumprir a promessa de pagar R$ 400 para beneficiários do Bolsa Família em ano eleitoral.
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O anúncio do pagamento dos R$ 400 a partir de novembro até o final de 2022 – ano eleitoral – foi feito na quarta-feira (20) pelo ministro da Cidadania, João Roma, que não explicou de onde viria o dinheiro.
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No mesmo dia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo estuda rever o teto de gastos, que limita o crescimento dos gastos do governo, ou permitir que uma parte do auxílio fique de fora desse teto.
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‘Caminhoneiros não querem esmolas’, diz associação em nota, sobre ajuda de R$ 400
A Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), que reúne categoria de caminhoneiros no País, criticou o anúncio de ajuda do governo federal para compensar o aumento do preço do diesel. “Os caminhoneiros autônomos brasileiros não querem esmolas. Auxílio no valor de R$ 400 não supre em nada as necessidades e demandas da categoria”, destaca a nota assinada pelo presidente do órgão, Wallace Landim “Chorão”.
O texto também reforça o “estado de greve” da categoria anunciado no último fim de semana e destaca a paralisação mantida para o próximo dia 1º. Ontem, durante transmissão semanal ao vivo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que o benefício prometido será de R$ 400 e atenderá 750 mil caminhoneiros. “Uma proposta que não resolve nada e é mais um ‘balão apagado’ para a categoria colecionar de promessas do governo que ajudou a eleger”, rebate o texto.
Segundo cálculos da associação, o valor corresponde a 3,15% das despesas mensais de combustível considerando, como exemplo, um trecho semanal trivial entre Catalão (GO) – Anápolis (GO) – Araguari (MG) e rendimento médio de um quilômetro por litro de diesel. Entretanto, segundo Chorão disse ao EstadãoBroadcast, em média é possível que um caminhão carregado faça 2 km/l, trazendo o valor a 6,3% para o cenário calculado.
Para a associação, o auxílio não supre em nada as necessidades e demandas da categoria. “Queremos estabilidade dos preços dos combustíveis, um fundo de colchão para amenizar volatilidade, mudança na política de preços da Petrobras, aposentadoria especial a partir dos vinte e cinco anos de contribuição e, acima de tudo, queremos respeito e cumprimento da Lei do Piso Mínimo de Frete”, comunica o texto. “Não há razão para que o Governo Federal não atenda as reivindicações de que não deixou o país para traz e trabalhou para que nada faltasse a nenhum brasileiro”, completa.
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