Sua aposentadoria em risco! Poucos pagando, muitos recebendo

Vai faltar gente para contribuir. Assim, caso não haja mudanças, não haverá dinheiro para pagar aposentados.

 

Estudo feito pela assessoria econômica da Confederação Nacional de Serviços (CNS) mostra que, a se manter a situação atual do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), entre 2050 e 2060 poderá haver dois contribuintes para cada beneficiário do sistema. O estudo vem a público num momento que cresce o debate sobre a premência de uma nova reforma da Previdência.

 

Em 2010, havia 15 pessoas em idade de aposentadoria a cada 100 habitantes em idade contributiva. Essa relação já cresceu para 20 pessoas em idade de aposentadoria a cada 100 habitantes em idade contributiva em 2020. Essa razão deverá atingir 27 a cada 100 em 2030, 36 a cada 100 em 2040, 47 a cada 100 em 2050 e 57 pessoas em idade de aposentadoria a cada 100 habitantes em idade contributiva em 2060. Essa projeção indica que, entre 2050 e 2060, poderá haver dois contribuintes para cada beneficiário no sistema, alerta o estudo.

 

É quase consenso no País de que a reforma da Previdência aprovada no Congresso Nacional em novembro de 2019, quando foi promulgada a Emenda Constitucional 103, não foi suficiente para equalizar o déficit previdenciário que, segundo dados mais recentes da Secretaria da Receita Federal e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegava a R$ 345,6 bilhões no acumulado de 12 meses encerrados em junho de 2024.

 

Para a CNS, são grandes e históricos os três problemas do atual RGPS, sendo que dois deles estão associados diretamente à contribuição para o sistema. Pela ordem, em primeiro lugar aparece a instabilidade do emprego, que faz com que a arrecadação flutue de forma cíclica nos períodos de crescimento e de recessão. Nos períodos de recessão, cai a arrecadação e aumenta o déficit do sistema.

 

O segundo diz respeito à formalidade dos contratos de trabalho, que também flutua de forma cíclica nos períodos de crescimento e de recessão, reforçando o efeito da flutuação do emprego sobre a arrecadação e o déficit. Exemplo disso foi a pandemia da covid, quando o déficit do RGPS atingiu 45,5% das despesas. Em janeiro do ano passado, livre do aumento das despesas com a pandemia, desacelerou para 35,4%.

 

O terceiro problema decorre da tendência de envelhecimento da população brasileira e o aumento da dependência etária. Tomando por referência a população em idade contributiva e a população em idade de aposentadoria, o estudo traz uma relação de dependência entre