A taxa de desocupação do Brasil ficou em 5,8% no trimestre móvel encerrado em junho, segundo a Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (30). No trimestre encerrado em maio, a taxa foi de 6,2%.
Esta foi a menor taxa da série histórica iniciada em 2012, segundo o IBGE.
Ao todo, 6,3 milhões de pessoas estão sem emprego no país, o que representa uma queda de 17,4% (ou mais 1,3 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior, e um recuo de 15,4% (menos 1,1 milhão de pessoas) em comparação com 2024.
No trimestre encerrado em junho, a população ocupada foi estimada em 102,3 milhões de pessoas — novo recorde da série histórica iniciada em 2012. O número representa alta de 1,8% no trimestre (1,8 milhão de pessoas) e de 2,4% no ano (2,4 milhões a mais).
Uma taxa de desemprego em patamares mais baixos, tem seu (óbvio) lado positivo, afinal, mais pessoas estão empregadas e com renda. No entanto, esse aquecimento do mercado de trabalho é algo que tem acendido um alerta no Banco Central. Embora pareça contraditório, a força do emprego tem sido uma das preocupações mais latentes da autoridade monetária devido à inflação que isso pode trazer.
O mercado de trabalho é um ponto importante a ser monitorado pelas autoridades monetárias porque, quanto mais aquecido ele está, mais pressão inflacionária pode acontecer. E, com isso, os juros podem ficar mais altos. Afinal, a Selic, taxa básica de juros no Brasil, é o instrumento que o Banco Central tem para controlar a inflação. Então, se há mais pressão inflacionária, a autoridade monetária tende a deixar os juros altos a fim de “encarecer” o dinheiro. Portanto, os empréstimos e financiamentos (tanto dos consumidores como das empresas) ficam mais caros. Com isso, há menos consumo, menos dinheiro em circulação e os preços tendem a voltar a cair. Assim, a inflação entra nos eixos novamente.
Dados do trimestre
A população desocupada é de 6,3 milhões. O número recuou 17,4% (ou menos 1,3 milhão de pessoas) no trimestre e caiu 15,4% (menos 1,1 milhão de pessoas) no ano.
A população ocupada atingiu 102,3 milhões e foi recorde da série histórica. Ela cresceu nas duas comparações: 1,8% (mais 1,8 milhão) no trimestre e 2,4% (mais 2,4 milhões) no ano.
O nível da ocupação (ou seja, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) repetiu o recorde do trimestre encerrado em novembro de 2024 com 58,8% da população.
A taxa composta de subutilização foi de 14,4% e é a mais baixa da série. A população subutilizada é de 16,5 milhões de pessoas.
A população subocupada por insuficiência de horas é de 4,6 milhões de pessoas e, segundo o IBGE, ficou estável no trimestre e caiu 8,3% (menos 415 mil pessoas) no ano. A população fora da força de trabalho é de 65,5 milhões e manteve estabilidade nas duas comparações.
A população desalentada é de 2,8 milhões, mas caiu 13,7% no trimestre e recuou 14,0% no ano. O percentual de desalentados é de 2,5%.
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