Taxa de desemprego fica estável em janeiro, aponta IBGE

emprego corte carteira 15_09_22A taxa de desemprego iniciou o ano estagnada em 8,4%, o que significa que 9 milhões de pessoas buscavam uma vaga no mercado de trabalho no período. O resultado representa uma estabilidade na comparação com o trimestre anterior, encerrado em outubro de 2022, quando ficou em 8,3%. É a menor taxa para um trimestre encerrado em janeiro desde 2015.

 

  • Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira, e se referem ao trimestre encerrado em janeiro
  • Este é o primeiro resultado a apontar o desempenho do mercado de trabalho, formal e informal, sob o governo Lula
  • No ano passado, a taxa média de desemprego no Brasil caiu para 9,3% após atingir 13,2% em 2021. No quarto trimestre do ano passado, o desemprego ficou em 7,9%

 

A população desocupada (9,0 milhões de pessoas) ficou estável ante o trimestre anterior e caiu 25,3% (menos 3 milhões de pessoas desocupadas) na comparação anual.

 

 A população ocupada (98,6 milhões) registrou redução de 1,0% (menos 1 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e alta de 3,4% (mais 3,2 milhões) no ano.

 

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 56,7%, caiu -0,7 p.p. no trimestre e subiu 1,3 p.p. no ano.

 

A taxa composta de subutilização (18,7%) recuou -0,8 ponto percentual no trimestre (19,5%) e caiu 5,2 p.p. no ano (23,9%). A população subutilizada (21,5 milhões de pessoas) caiu 5,2% frente ao trimestre anterior e 22,5% na comparação anual.

 

A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (5,2 milhões) caiu 12,6% (menos 754 mil pessoas) no trimestre e 24,4% (menos 1,7 milhão) no ano.

 

A população fora da força de trabalho (66,3 milhões de pessoas) cresceu 2,2% ante o trimestre anterior (mais 1,4 milhão) e 2,2% na comparação anual (mais 1,4 milhão).

 

A população desalentada (4 milhões de pessoas) caiu 5,3% ante o trimestre anterior (menos 220 mil pessoas) e 16,7% no ano. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,5%) ficou estável no trimestre e recuou 0,7 p.p. no ano.

 

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 36,8 milhões, mantendo estabilidade no trimestre e crescendo 6,5% (mais 2,3 milhões de pessoas) na comparação anual.

 

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (13,1 milhões) ficou estável ante o trimestre anterior e cresceu 5,9% (725 mil pessoas) no ano.

 

O número de trabalhadores por conta própria (25,3 milhões de pessoas) registrou estabilidade ante o trimestre anterior e na comparação anual.

 

O número de trabalhadores domésticos (5,9 milhões de pessoas) ficou estável no confronto com o trimestre anterior e cresceu 4,7% (mais 262 mil pessoas) no ano.

 

O número de empregadores (4,2 milhões de pessoas) caiu 4,1% (ou menos 179 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.

 

O número de empregados no setor público (11,8 milhões de pessoas) caiu 4,0% frente ao trimestre anterior, mas cresceu 3,9% na comparação anual (mais 447 mil pessoas).

 

A taxa de informalidade foi de 39% da população ocupada (ou 38,5 milhões de trabalhadores informais) contra 39,1% no trimestre anterior e 40,4% no mesmo tri de 2022.

 

O rendimento real habitual (R$ 2.835) cresceu 1,6% no trimestre e 7,7% no ano.

 

A massa de rendimento real habitual (R$ 275,1 bilhões) apresentou estabilidade ante o trimestre anterior e aumento de 11,9% na comparação anual.

 

 

O que dizem os analistas?

Economistas avaliam que o mercado de trabalho já apresenta sinais de perda de fôlego desde o final do ano passado, movimento que deve se intensificar ao longo deste ano. A menor tração é motivada pela desaceleração da atividade econômica, o que tende a pressionar o patamar de desemprego no país.

 

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) do FGV IBRE subiu 0,8 pontos, para em 74,7 pontos em fevereiro, após ter caído em janeiro na mesma proporção.

 

Na avaliação de Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, o primeiro bimestre de 2023 mostra um indicador que caminha de lado e se mantém em patamar historicamente baixo:

 

As expectativas de desaceleração econômica do ano têm impactado o ímpeto de contratação de pessoal ocupado das empresas, impedindo que o indicador volte a ganhar fôlego em 2023. A inversão para uma trajetória positiva e sustentável nos próximos meses dependerá da melhora do quadro macroeconômico e da evolução positivas das atividades setoriais”, destacou, em comentário.