Entraram em vigor nesta quarta-feira (6) as tarifas de importação de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre o Brasil. Com isso, parte dos produtos brasileiros vai pagar a mais alta taxa do mundo para entrar nos EUA.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quarta-feira (30) um decreto que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%. A medida, no entanto, prevê uma longa lista de exceções como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.
Segundo a Casa Branca, o decreto foi adotado em resposta a ações do governo brasileiro que representariam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
Serão tarifados os produtos que embarcarem após 00h01 de hoje, segundo o governo brasileiro. No entanto, produtos que saíram do Brasil até dia 05 de agosto não serão taxados.
Taxas impactam 95 categorias de produtos, que somam mais de 3,8 mil itens específicos. O número considera as vendas brasileiras para os EUA no ano passado, dee acordo com dados da Comissão de Comercial Internacional dos EUA
O Brasil tem o maior percentual de tarifas extras. No último dia 30, o país recebeu um adicional de 40% sobre a tarifa extra de 10% anunciada em abril. Foram excluídos desse adicional, no entanto, 694 produtos brasileiros, como suco de laranja, aviões, castanhas, gás natural e fertilizantes. Essas e outras exceções equivalem a 45% dos produtos brasileiros exportados para os EUA, de acordo com os cálculos da Câmara Americana de Comércio no Brasil
. A boa notícia é que o Brasil depende menos dos EUA hoje em dia. As vendas para lá passaram de 25% para 12% das exportações nacionais entre 2002 e 2025, enquanto 28% das vendas externas do país vão para a China atualmente.
Tebet avalia que café e carne devem ficar de fora do tarifaço dos EUA
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (5) que acredita na exclusão de itens como carne e café do aumento de tarifas anunciado pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros.
Segundo a ministra, a expectativa do governo é que, diante de pesquisas de opinião e do impacto inflacionário sobre esses produtos, o governo norte-americano recue.
“Acreditamos que, na hora em que olharem os números inflacionados desses produtos, pesquisa de opinião pública, eles vão reposicionar esses produtos de novo. Pode não acontecer dia 6, mas vai acontecer. Não tem lógica nenhuma. Até eleitoral”, avaliou.