“Como será o amanhã? Responda quem puder…” Samba da União da Ilha do Governador (1978)
A chegada de um novo ano sempre traz esperanças, sendo aguardado com muita expectativa. Em 2022 não será diferente, até porque, convenhamos, os dois últimos anos não foram lá aquelas coisas. Porém, o importante é que venha com renovações e o desejo de um futuro melhor.
Mas será que o próximo ano diferirá ou se repetirá todos os problemas que nos assolaram nos últimos anos? Por mais que queiramos, infelizmente não se vislumbram grandes melhorias em nossas vidas.
Será um ano desafiador por conta da crise econômica mundial imposta pela pandemia da Covid-19 em 2020 e 2021. Haverá repercussões ainda em 2022 com a retomada ainda lenta da atividade econômica como um todo, incluindo o Brasil.
A projeção para a inflação, segundo os economistas dos 100 maiores bancos do Brasil está em 5,0%, número elevadíssimo se levarmos em consideração que no ano passado ela passou dos 4,5% e neste ano deverá fechar acima dos 10%, o que representará um aumento médio dos preços de mais de 20% na soma dos 03 anos.
Por outro lado, a atividade econômica, isto é, o crescimento da economia, segue com tendência pessimista, com os especialistas revisando para baixo as projeções de crescimento nos próximos anos. Para 2022, as expectativas para o PIB estão na ordem 0,5 por cento, com alguns analistas projetando até mesmo um crescimento negativo. Sem crescimento econômico não haverá aumento na oferta de empregos, que hoje, segundo o IBGE tem mais de 13,7 milhões de brasileiros desempregados, sendo a 4.ª maior taxa entre as principais economias do mundo.
Enquanto isso, para aumentar a dor de cabeça em relação à atividade econômica, as estimativas da Selic para 2022 – a taxa básica de juros da economia e que serve de base para os juros cobrados da população pelos bancos, está estimada em 11,50 por cento. Hoje está em 9,25% ao ano. A alta nas taxas de juros objetivam não apenas desacelerar a inflação, mas também dar um choque de credibilidade na tarefa de cumprir com as metas de baixa inflação dos próximos anos. O objetivo é justamente tentar fazer com que os analistas do mercado parem de aumentar ainda mais as expectativas de inflação, como estamos observando nas últimas semanas.
Em resumo, gostaria de estar errado, mas lamentavelmente o cenário de 2022 vislumbra-se como um ano de muita insegurança, especialmente face às eleições, e de modo particular a presidencial, que promete ser muito acirrada e agressiva, provocando grande volatilidade do câmbio (dólar), com a bolsa de valores, termômetro da estabilidade econômica, apresentando grandes oscilações, com o desemprego se mantendo alto, a inflação acima da meta, a taxa de juros elevada e o baixo crescimento econômico.
Se estiver errado, ficarei feliz.