Uso de cheque e transferências via DOC diminui, mas ainda tem público cativo

 cheques 18_07_22Na era do Pix e das maquininhas, ainda tem gente que prefere pagar com o bom e velho cheque. O total de transações com a modalidade analógica vem caindo, mas ainda está na casa de centenas de milhões por ano.

 

  • Foram 12,2 milhões de cheques compensados somente em abril de 2023, segundo o Banco Central.   Já o DOC foi usado 2,4 milhões de vezes no mesmo mês.
  • No ano passado, houve 202,8 milhões compensados, queda de 38% na comparação com 2021, quando as compensações somaram 317 milhões;

 

Em 1995, começo da série histórica do BC, 3,3 bilhões de cheques foram compensados.

 

Em volumes financeiros movimentados, a redução não se dá na mesma escala. A queda do montante pago com cheques foi de 4% de 2021 para 2022. Apesar de menos transferências estarem sendo feitas, o valor médio da transação cresceu

 

No caso da utilização de DOC/TED (Transferência Eletrônica Disponível) em 2022, foram 65 milhões de operações, número 42% menor do que o registrado no ano anterior.

 

. O DOC foi criado há mais tempo e tem mais limitações. O volume máximo de transferência é de R$ 4.999,99 e demora um dia para chegar na conta de destino. Já a TED permite valores maiores e cai no mesmo dia se for feito antes das 17h. As duas modalidades podem ser usadas na boca do caixa ou nos aplicativos dos bancos.

 

Ao realizar essas operações os adeptos abrem mão da instantaneidade do Pix para usar um DOC, que demora um dia para chegar, ou um cheque, que precisa ser levado fisicamente ao banco ou ao terminal para ser compensado e corre o risco de não ser aceito por divergência na assinatura.

Parece muito, mas a título de comparação vale apontar que o Pix, o primeiro lugar, foi utilizado 2,9 bilhões de vezes em abril. O distante segundo lugar é o boleto, usado 326,3 milhões de vezes.

 

Mesmo com o Pix dominando largamente o cenário, o cheque encontra seu lugar em alguns públicos e algumas transações específicas.

 

Quem mais usa cheques: mulheres de classe A e B entre 18 e 34 anos são o perfil principal, segundo uma pesquisa da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas).

O que explica: a possibilidade de parcelar uma compra sem passar pelo cartão de crédito é um dos motivos apontados por quem estuda o mercado para justificar o uso do talão de cheque.

Outro é o receio que uma parcela da população ainda tem em fazer transferências de grande valor com o Pix.

 

Minoria: as transações com o papel assinado representaram apenas 0,1% do total das feitas no país em 2022, segundo o Banco Central. O Pix lidera com 29%. Abaixo vêm cartões de crédito (19,5%), de débito (18,4%) e boleto (7%).