Valor da cesta básica se mantém estável no Vale do Ivaí

cesta básica 03_07_20Em junho o custo do conjunto de alimentos essenciais no Vale do Ivaí, denominado de Cesta Básica, teve um leve aumento de 0,23%   em relação a maio, fechando em R$ 692,72.  No ano a cesta básica teve uma queda de 4,86% e acumula uma alta de 3,45% quando comparado com o mesmo período de 2022. Essa pesquisa foi realizada pela equipe econômica da Rádio Jandaia, tendo Viviane Machado como pesquisadora responsável.

 

Não se deve confundir cesta básica com inflação. A primeira, é composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, e que foram definidos pelo Decreto 399 de 30 de abril de 1938, que continua em vigor. Já a inflação é muito mais abrangente, pois inclui todas as despesas com produtos e serviços que uma família consome durante um mês, incluindo os gastos com alimentação e bebidas, habitação, educação, vestuário, despesas pessoais, saúde e cuidados pessoais, transportes, comunicações e artigos de residência.

 

Dos 13 produtos pesquisados em junho e que compõe a cesta básica, 02 subiram preços, 03 tiverem queda e outros 08 não sofreram alterações. A maior alta foi da batatinha (+) 20,04%, seguido do arroz agulhinha (+) 4,17%.  A maior queda foi do óleo de soja (-) 8,35%, seguido da farinha de trigo (-) 6,99% e do tomate comum (-) 4,89%. Não sofreram alterações em seus preços a carne bovina, o leite, feijão carioca, pão francês, café em pó, banana nanica, açúcar refinado e a manteiga.

 

Horas de trabalho para adquirir a Cesta Básica no Vale do Ivaí

Conhecido o valor da cesta, é possível efetuar o cálculo das horas que o trabalhador, que ganha salário mínimo, precisa trabalhar para a sua aquisição. Para isso, divide-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada na Constituição (220 hs/mês, desde outubro de 1 988).

 

Assim, o trabalhador do Vale do Ivaí que ganhou um salário mínimo (R$ 1.320,00), precisou trabalhar 115,45 horas por mês, apenas para adquirir os produtos da cesta básica, consumindo o equivalente a 56,73% de sua renda líquida.

 

Salário Mínimo Necessário

A constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, define o salário mínimo como aquele fixado em lei, capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,… (Constituição Federativa do Brasil, art. 7″ – IV).

 

Para calcular o salário mínimo necessário, considerando o preceito constitucional, e levando-se em conta a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada pelo Dieese, a alimentação representa 35,71% das despesas das famílias. A família considerada para o cálculo é composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem como 1 adulto.

 

Aplicando-se essa metodologia com base no custo da cesta básica no Vale do Ivaí (R$ 692,72), o valor do salário mínimo necessário para que um trabalhador pudesse sustentar sua família deveria ser de R$ 5.819,55, muito distante da realidade e uma utopia para os nossos dias atuais.  O valor é 4,4 vezes o salário em vigor. Essa mesma família gastaria R$ 2.078,16 somente com as despesas com alimentação.

 

Pesquisa Dieese

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) efetua a pesquisa em 17 capitais brasileiras. A cesta básica mais cara foi observada em São Paulo, no valor de R$ 783,05.

 

O preço da cesta básica caiu em 10 das 17 capitais pesquisadas. São elas: São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba, Vitória, Brasília, Goiânia, Fortaleza, Belém e Belo Horizonte.

 

Veja a variação e o preço da cesta básica em 17 capitais brasileiras em maio:

São Paulo: R$ 783,05 (-1,11% em relação ao mês anterior)

Porto Alegre: R$ 773,56 (-1,02%)

Florianópolis: R$ 771,54 (+0,84%)

Rio de Janeiro: R$ 741 (-1,17%)

Campo Grande: R$ 730,19 (+0,84%

Curitiba: R$ 701,22 (-0,37%)

Vitória: R$ 691,34 (-2,08%)

Brasília: R$ 687,33 (-2,29%)

Goiânia: R$ 669,39 (-5,04%)

Fortaleza: R$ 661,16 (-1,71%)

Belém: R$ 659,89 (-1,48%)

Belo Horizonte: R$ 656,02 (-1,62%)

Natal: R$ 632,27 (+5%)

Recife: R$ 621,14 (+5,79%)

João Pessoa: R$ 604,89 (+4,12%)

Salvador: R$ 595,84 (+0,26%)

Aracaju: R$ 567,11 (+2,41%)