A comercialização de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em março recuou 22,5% sobre um ano antes, para 146,8 mil unidades, informou a associação de distribuidores, Fenabrave, nesta terça-feira (5).
Com isso, no primeiro trimestre, os emplacamentos de veículos no país acumularam queda de 23,15% na comparação com os três primeiros meses de 2021, para 405,6 mil unidades.
A indústria vem citando problemas com capacidade de entrega das fábricas, prejudicada por escassez de componentes que incluem sistemas eletrônicos. Na véspera, a fabricante de caminhões e ônibus Mercedes-Benz anunciou 15 dias de férias coletivas para 5,6 mil funcionários em São Paulo e Minas Gerais para lidar com o problema de falta de peças.
“A variante Ômicron afetou a produção de diversos componentes industriais e a venda de veículos, no início do ano”, afirmou o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., em comunicado à imprensa.
“Em seguida, houve o conflito entre Rússia e Ucrânia, que deixou muitos consumidores preocupados, especialmente, com os preços dos combustíveis…Esta elevação (nos preços dos combustíveis) impacta na decisão de compra dos consumidores de veículos e reflete no desempenho do setor”, acrescentou.
A Fenabrave resolveu manter suas projeções divulgadas em janeiro para 2022. Com isso, a entidade segue esperando que as vendas de carros e comerciais leves este ano subam 4,4%, para 2,06 milhões de unidades. A expectativa para caminhões é de expansão de 7,3%, para 136,6 mil veículos, enquanto para ônibus a estimativa é de venda de 19.180 unidades, crescimento de 8% ante 2021.
Em março, todos os segmentos cobertos pela Fenabrave, que ainda incluem motocicletas e implementos rodoviários, apresentaram crescimento de vendas frente a fevereiro, com destaque para altas de 51,3% em ônibus e de cerca de 25% em caminhões. Os licenciamentos de motocicletas tiveram expansão de 47% no mês passado ante fevereiro, para 110,1 mil unidades, segundo os dados da Fenabrave.