Preço da cesta básica em janeiro cai 1,46% no Vale do Ivaí

O acompanhamento mensal do preço da Cesta Básica no Vale do Ivaí, feito pela equipe econômica da Rádio Jandaia, revelou que o conjunto dos 13 produtos essenciais ficou 1,46% mais barato em janeiro, na comparação com o mês anterior.

 

O valor para que uma pessoa em idade adulta possa adquirir os alimentos em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o seu sustento e bem-estar, ficou em R$ 692, 21. Em dezembro seu custo estava em R$ 702,49 que havia apresentado um aumento de 9,69% em relação a novembro. Esta pesquisa foi efetuada por Jéssica Correia junto aos mercados, padarias e casas de carnes do Vale do Ivaí.

 

Já o custo para uma família composta por dois adultos e duas crianças foi de R$ 2.076,63. A pesquisa que foi realizada no dia 31 de janeiro, mostrou que as quedas de preços foram registradas em 05 produtos, tendo o tomate variado (-) 20,02%, seguido da banana nanica (-) 8,35%, da farinha de trigo (-) 7,57%, da carne bovina (-) 2,53% e do pão francês (-) 0,15%.

 

A carne, responsável por 40% do peso na cesta básica e que apresentou uma queda de 2,53%, custou em média R$ 38,59 o quilo. O menor preço encontrado foi de R$ 36,98, enquanto o mais alto atingiu R$ 39,90.

 

Em contrapartida, seis produtos subiram de preço. O caso que mais chamou a atenção foi o da batata, que teve um aumento de 25,03%, seguido do feijão carioca (+) 14,31%, do café em pó (+) 6,14%, do arroz agulhinha (+) 3,13%, do açúcar refinado (+) 2,72% e do leite (+) 2,64%.

 

Não sofreram alterações em seus preços em janeiro, o óleo de soja e a manteiga.

 

Não se deve confundir cesta básica com inflação. A primeira, é composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, e que foram definidos pelo Decreto 399 de 30 de abril de 1938, que continua em vigor. Já a inflação é muito mais abrangente, pois inclui todas as despesas com produtos e serviços que uma família consome durante um mês, incluindo os gastos com alimentação e bebidas, habitação, educação, vestuário, despesas pessoais, saúde e cuidados pessoais, transportes, comunicações e artigos de residência.

 

Horas de trabalho para adquirir a Cesta Básica

Conhecido o valor da cesta, é possível efetuar o cálculo das horas que o trabalhador que ganha salário mínimo precisa trabalhar para comprar a cesta básica de alimentos. Para isso, divide-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada na Constituição (220 h/mês).

 

Assim, o trabalhador do Vale do Ivaí que ganhou um salário mínimo (R$ 1.1.412,00), precisou trabalhar 107,85 horas no mês, apenas para adquirir os produtos da cesta básica, consumindo o equivalente a 53% de sua renda líquida.

 

Salário Mínimo Necessário

A constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, define o salário mínimo como aquele fixado em lei, capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,… (Constituição Federativa do Brasil, art. 7″ – IV).

 

Para calcular o salário mínimo necessário, considerando o preceito constitucional, e levando-se em conta a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada pelo Dieese, a alimentação representa 35,71% das despesas das famílias. A família considerada para o cálculo é composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem como 1 adulto.

 

Aplicando-se essa metodologia com base no custo da cesta básica no Vale do Ivaí (R$ 692,21), o valor do salário mínimo necessário para que um trabalhador pudesse sustentar sua família deveria ser de R$ 5.815,26, muito distante da realidade e uma utopia para os nossos dias atuais.  O valor é 4,11 vezes o salário em vigor.

 

Esta mesma pesquisa foi efetuada em Londrina pelo Nupea (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR e constatou que seu custo foi R$ 577,71. Assim, no Vale do Ivaí, a cesta básica (R$ 692,21) ficou 19,82% mais cara que na cidade de Londrina.