Situação difícil: mais de 66 milhões de brasileiros estão com contas em atraso

O número de inadimplentes no País registrou uma leve queda de 0,49% em fevereiro na comparação mensal. Porém, ainda atinge um alto nível da população, 66,64 milhões de devedores. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O indicador aponta ainda que 40,60% dos brasileiros adultos estavam com as contas negativas no mês passado.

 

Já em relação a fevereiro de 2023, houve aumento de 2,79% nos devedores. O destaque fica para o crescimento de 19,24% daqueles que têm inadimplência de 1 a 3 anos. Na mesma base de comparação, o número de dívidas em atraso no Brasil cresceu 6,32%, enquanto na variação mensal registrou recuo de 0,20%.

 

Os dados apontam para uma alta inadimplência no País, visto que uma grande parcela da população está em dificuldade financeira, com a inflação acima da média salarial, analisa o presidente da CNDL, José César da Costa. “Além disso, o ambiente macroeconômico não traz a confiança necessária para acreditar em uma redução consistente no número de inadimplentes no curto prazo”, acrescenta.

 

Já o valor médio que cada consumidor negativado devia era de R$ 4.399,90 na soma de todas as dívidas, o qual está muito acima da média da população, segundo o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.

 

Ele aponta que mesmo com ações de incentivo para negociar as dívidas, as famílias ainda têm dificuldades para quitar as contas atrasadas. “Nesse sentido, as perspectivas de melhoria não são nada positivas”, afirma.

 

Em relação aos setores, na variação anual, houve destaque do setor de Bancos, com alta de 7,84% no número de registros de dívidas, de Água e Luz (7,51%) e Comércio (3,25%).

 

Além disso, a maior parte das dívidas também está nos Bancos (64,46%), seguidos de Comércio (11,26%) e do setor de Água e Luz (10,91%). Por outro lado, o setor credor de comunicação teve uma diminuição de 11,95% durante o período.

 

Na mesma comparação, mas em relação às regiões do País, o Sudeste teve o maior aumento, 7,40%. Na sequência, estão Nordeste (5,68%), Centro-Oeste (5,31%), Sul (2,93%) e Norte (2,67%)